S. Miguel 15 Abril 2011 |
De João Medeiros
Já tirei as dúvidas. Estando a minha filha a organizar a sua nova casa perguntou-me se eu não tinha uma caixa ou baú daqueles que os soldados traziam de África com as suas coisas, tal como uma que ela tem, herdada do Avô (Meu Pai) quando esteve na tropa em Lisboa que a minha mãe mandou arranjar para lhe oferecer, (Portugal continental naquela altura para nós, era tudo Lisboa, o meu Pai esteve aquartelado no R.A.C. em São Julião da Barra, com a especialidade de Artilheiro na guarnição da 9ª Bateria de Costa).
Eu disse-lhe que tive uma caixa destas e fui à procura nos arrumos lá em casa dos meus pais e encontrei-a, que recordações me vieram à ideia! Vocês imaginam?
Pois a caixa vermelha, com a cor natural do mogno, com as letras a branco desenhadas pelo Parreira e pintadas por mim, foi gentilmente construída pelo Francisco André Águas (Marceneiro na vida civil, Condutor na tropa, e agora Empresário, que voltas a vida dá).
Bom, decidi arranjar a caixa e a mesma arranjada e recuperada não ia ficar em destaque como merecia, por isso optei por uma solução, para que fique sempre à vista e por certo será muito falada ao longo dos anos na geração dos meus filhos (netos não sei).
A sua madeira ficou incorporada num móvel estilo século XXI e assim a minha filha poderá dizer que as vistas e gavetas daquele móvel são a madeira da caixa, que trouxe o espólio militar do seu pai de terras de Angola.
Com o pouco que restou da madeira, foi feita uma réplica mais pequena (guarda jóias) para o meu filho.
Reutilização do mogno num móvel estilo século XXI |
De facto essa arca de mogno, faz parte da história do meu regresso. As bagagens que acompanhei como responsavel, numa viagem épica, que começou no Nengo, na companhia do "Mata Leões" que transportou os nossos caixotes no seu velho "Chasso" num trajecto de mil e tal kms, atravessando Angola da fronteira leste até ao porto de Luanda, onde foram embarcadas no porão do velho Timor até Lisboa, depois num comboio para o RAL3 em Évora, de onde voltaram a ser reexpedidas, este para o Largo do Bom Despacho em Ponta Delgada, Açores
ResponderEliminarObrigado pela dica...Vou tentar seguir as instruções.
ResponderEliminarUm abraço,
Sem dúvida "Uma verdadeira Caixa de Recordações"!!!
ResponderEliminarEu depois de 18 meses de leste de Angola fui para Quibala um pouco a sul de Luanda. Três meses depois ainda fui para Santa Cruz, Norte de Angola. Depois sim: seguiu-se o porto de Luanda e o regresso a Lisboa.