o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

domingo, 15 de dezembro de 2013

É NATAL…


Não poderei falar de Natal sem fazer uma viagem aos tempos da minha infância em que o Natal era bem simples, sem correrias, sem presentes, sem luzes, sem confusões …
Recordo com muita saudade e  nostalgia,  a minha família reunida ao redor de uma lareira que crepitava chamas de amor que inundava o coração de todos num serão em que os doces e fritos característicos da época  temperavam a festa para delícia de crianças e adultos. A magia do Natal começa e rapidamente termina. Tanta azáfama, tanta preparação e num instante chega ao fim.Mas o  Natal dos dias de  hoje,  ainda vale pela partilha e pela festa em família.
É, por isso, pelo espírito de  partilha  que quero desejar a  todos os "velhos" Camaradas da CART3514, amigos da grande família "PANTERAS NEGRAS" e seus familiares, um NATAL FELIZ, um ANO NOVO com muita saúde e tudo o que mais desejarem. Para Vós um forte abraço do camarada e amigo,
Manuel Monteiro

sábado, 30 de novembro de 2013

Recordações D´Outrora

De José da Cunha Ramalhosa
Há dias o Ramalhosa falou dos EUA ao telefone, para informar do paradeiro do 1º Cabo, José Luís Gonçalves Ribeiro do 2º Grupo, e também duma relíquia "africana" que encontrou no sótão da casa dos Pais, na última visita a Lanhelas, sua terra natal, que vai subsistindo à mais de quarenta anos, ao rigor do tempo ao caruncho e à corrosão, que não resisti em publicar..!!
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Falamos da imprescindível e célebre mala (arca) construída em madeira e revestida a chapa, que quase todos adquirimos em Gago Coutinho, na loja do Sr. Almeida ou Aníbal, não tenho presente e nos acompanhou de destacamento em destacamento com os nossos haveres do dia a dia ao longo dos dois anos e tal, que malhamos no leste de Angola.
Adeus até ao meu regresso

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Sobreviventes do Nosso Tempo

Alguns Mininos também sobreviveram:
Gostei imensamente ao tomar conhecimento de que foste um do sobreviventes da guerra colonial, eu nasci em 1968 na Vila Gago Coutinho, hoje Lumbala-Nguimbo, no bairro Chinhundo, recordas um bairro que estava junto ao quartel ou ao escassos metros da  pista de aterragem, cresci neste bairro só aos 20 anos é que sai quando, andei um pouco.
 
Quando recordo na altura ainda como criança, íamos muitas vezes no quartel, junto do meu mano, agora é falecido, havia muitos rapazitos cambuta á espera de sopa na cozinha dos soldados portugueses, deixando os estudos na escola e esperando a famosa sopa como se chamava no grupo dos "TUSOPEIROS".
 
Há vezes, eu gosto de perguntar o meu  Pai, a vida como era no passado, ele conta o momento em que eles vendiam cera e peixe nos lojas dos Europeus, a construção da Igreja de S. Bonifácio da Missão Católica e os campos de mandioca e outros assuntos interessantes da vida do Município, aqui até este momento há gente velha ou quadros que viveram na era colonial contam cenas maningue.
 
O meu Chefe, ele na altura trabalhou na Administração Colonial e conta como trabalhava com os Administradores de Vila Gago-Coutinho tudo aquilo me dá gosto de ouvir aquelas historias do passado recente Angola.
 
Me recordam, os helicóptero quando iam nos caça abatiam os palancas e outros animais, voltavam amarrados nos pata, numas das vezes aterravam na baixa do rio Lumbala,  deixavam os carne nas suas namoradas, dá riso e alegria quando estamos juntos, os meus velhos a recapitular ou a tirar a radiografia da vida ou tempo colonial.
 
Não ficas cansado de reportar e mandar sites, onde é possível encontrar algum material da Museologia do Município, um mapa politico administrativo da era colonial por exemplo, como se chamava as aldeias ou sanzalas na era colonial, porque os bairros actuais alguns nomes sofreram alteração devido o tempo.
Aquele abração
17 de Novembro de 2013
L. J. M.
PS: este mail foi recebido na nossa caixa de correio a semana passada, remetido da antiga Vila Gago Coutinho por um rapazinho que no nosso tempo tinha apenas cinco anos de idade, e que hoje através das novas tecnologias  chegou até nós com estas palavras de ocasião, fazendo nos recordar alguns dos bons momentos que também lá passamos, contacto que iremos preservar e explorar com muito empenho.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A Malta vai Ressuscitando...!!

José Luís Gonçalves Ribeiro - 1º Cabo Ap.de Met. nº 156768/71 do 2º pelotão.
Há dias falei com o Ramalhosa pelo telefone para New Jersey nos EUA, por causa do nosso próximo convívio 2014 que se vai realizar em Penacova no distrito de Coimbra, e do outro lado do Atlântico chegaram noticias sobre este nosso antigo camarada de armas, conhecido e tratado carinhosamente no seio da companhia por “Reguila”, alcunha que ainda hoje recorda, mas não sabe quem o apadrinhou, reside no concelho de S. Tirso, desde longa data. Já falei com ele ao telefone, lamenta muito não ter tido conhecimento há mais tempo dos nossos convívios mas promete não faltar ao próximo em Penacova, aproveitou também para enviar um abraço a todo o pessoal.
Adeus até ao meu regresso 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Pequeno Apontamento

Já passaram uns dias sobre  o convívio dos Panteras Negras, desta feita, em Lagoa no Algarve, daí já haver tempo suficiente para refletirmos sobre a festa e sobre a "Família Panteras Negras".Claro que o Reino dos Algarves, fica lá longe e daí uma das razões prováveis para que este ano o grupo tivesse sido mais pequeno; cerca de 30 elementos. Mas embora menos fizemos uma grande festa em  que, como já disse o António Carvalho no post anterior, a fasquia esteve  alta sendo por isso difícil conseguir-se melhor.  Não posso deixar de louvar os organizadores, mas seria um erro grosseiro não deixar aqui um abraço especial ao Augusto Pires pela hospitalidade com que nos recebeu, pela disponibilidade que sempre teve para nos acompanhar em todos os passos que alguns de nós demos em Lagoa. Ele orientou por telefone todos os que foram chegando na sexta feira ao final da tarde, indicando o melhor trajeto para Lagoa, indo ao nosso encontro, conduzindo-nos ao alojamento que, em devido tempo e por seu intermédio, tinha sido reservado no Aparthotel Solférias. Esperou que nos instalássemos e voltou a ser o nosso guia até ao  Auditório Municipal de Lagoa onde no Sábado iria ser  o ponto de encontro de todo o pessoal. Só faltou pegar-nos na mão para atravessarmos a rua sem nos perdermos. Além de tudo o mais que por nós fizeste, amigo Augusto Pires,  um muitíssimo OBRIGADO e um forte abraço. É sempre com alegria e até alguma comoção, porque não dizê-lo, que em cada convívio, a cada ano, abraçamos os Amigos, antigos camaradas, com quem partilhamos aqueles duros vinte e sete meses. Renovamos a promessa de, para o ano , voltarmo-nos a abraçar. Depois, infelizmente algumas dessas promessas ficam por cumprir. Com muita mágoa e pesar verificamos que alguns já não estão presentes por já terem partido primeiro e desaparecido na curva da estrada da vida terrena como já algures, neste mesmo blogue, o afirmei.
Mas mudando de agulhas, não posso também deixar em claro uma situação estranha neste tipo de convívios. A ausência continuada do  nosso Comandante de Companhia. Em todos os blogues que sigo sobre a temática de antigos combatentes de Angola, da Guiné e de Moçambique, nas suas festas anuais, é raro o evento em que o Cmdt de Companhia não está presente e durante ou no final da festa fala àqueles que foram os seus militares e às suas famílias. Eu, em minha modesta opinião, acho de bom tom, fica muito bem e é assim como que a cereja que remata a decoração de um bolo de aniversário. E durante os nossos convívios, nas nossas conversas, verifico que há já muita gente a partilhar da minha opinião.Espero que o nosso Comandante de Companhia, não esteja aborrecido com nenhum dos elementos da CArt.  Ninguém está isento de erros. Mas se os houve, já ocorreram há quarenta anos atrás, já estão esquecidos. E se algum houve que não foi esquecido, então caros camaradas, quem por esse motivo não está presente, não quer ou não sabe celebrar a AMIZADE e não faz falta nos nossos convívios.Depois desta reflexão que já vai longa, afirmo uma vez mais que os nossos convívios servem única e exclusivamente para celebrar a AMIZADE entre nós PANTERAS NEGRAS e as nossas famílias que se acostumaram  a acompanhar-nos e a vivê-la com o mesmo entusiasmo que nós a vivemos.
Para todos os Panteras Negras e suas famílias, votos de uma ótima saúde e um grande abraço.

domingo, 29 de setembro de 2013

Convívio, Lagoa - Algarve 2013

A Cart 3514 participou no passado fim de semana, no 8º encontro convívio no Município de Lagoa, região com vestígios arqueológicos e marcas históricas de sucessivas épocas, presente em cada monumento, em cada cenário, desde o Arade  ao barrocal. A estadia foi no aparthotel Solférias, rodeado de falésias douradas e deslumbrantes vistas, ao longo do mais belo trecho da orla costeira algarvia, com recortes caprichosos, que guardam praias de areia fina, desde Nª. Senhora da Rocha ao Ferragudo, de Albandeira a Benagil, do Carvoeiro ao Pintadinho, não olvidando a praia da Marinha, qual delas a mais bela e recatada, clima ideal para uns dias de férias, com sol ameno e a temperatura da água a rondar os 25º uma pequena maravilha.
Convívio Lagoa 2013 - Foto de Família  
O encontro começou a meio da manhã junto ao Auditório Municipal, com cerca de três dezenas de “panteras negras” na companhia de familiares e amigos, onde iniciamos o roteiro com a deposição de uma coroa de flores no Monumento aos Combatentes de Lagoa em memória de todos camaradas falecidos, de seguida, uma visita guiada ao museu no Convento de S. José com arte sacra, onde o espólio do ultimo governador de Macau, Gen. Rocha Vieira sobressai pelo seu esplendor e valor histórico.Cerca do meio-dia rumamos ao restaurante, situado num local de grande beleza, enquadrado pelo verde dos “greens do Pestana Golf Resorts” em Vale da Pinta, onde nos serviram à chegada um refrescante cocktail, acompanhado de um vasto sortido de salgadinhos, abriram-se as portas ao som do nosso hino… uma surpresa da organização que aplaudimos, depois um almoço gourmet, que se prolongou tarde adentro com música, bailarico, fado e muita animação, dissertações acaloradas sobre histórias e memórias, em fim de festa, o tradicional bolo com champanhe, o hino da Cart, o abraço apertado e o adeus até para o ano, se Deus quiser.
Este ano o convívio esteve a cargo do Emílio Pires do Hélder e do Águas, decorreu de forma impecável, posso afirmar, podemos fazer igual, melhor não será tarefa fácil, quero por tudo isto deixar aqui expresso um grande elogio à organização, em especial ao Pires à Esposa e ao filho Bruno, pela disponibilidade, hospitalidade e simpatia e também pelo excelente churrasco no domingo, obrigado camaradas do Algarve.
Adeus até ao meu regresso

sábado, 28 de setembro de 2013

A Malta vai Ressuscitando..!!

Joaquim Lourenço do Carmo - 1º Cabo Ap. Morteiros nº 099265/71 do 1º Pelotão. Há muito que o tentávamos localizar, sabíamos que trabalhava como carpinteiro de cenários, e o Victor Melo chegou a ver o nome do Carmo como técnico de cenários a correr algumas vezes no final das peças, passadas em televisão. No passado dia 16 a caminho do Algarve, fiz uma pequena paragem ocasional na vila de Ourique, sentados no jardim meia dúzia de alentejanos conversavam animadamente quando os interpelei, procurando saber se conheciam este antigo camarada nascido no concelho, algo desconfiados com a abordagem, apresentei-me disse para onde ia e acrescentei mais alguma informação, que um seu irmão mais velho julgo que o Jacinto era na época carpinteiro de cenários numa empresa de teatro em Lisboa, eh pá, diz um, essa gente são conhecidos pelos "alcunha", outro,  aqui pelos apelidos ninguém o conhece, outro, então pois o Joaquim trabalhava lá em Lisboa para o L´Féria, outro, há ai quem diga que tem casa ali para o Garvão, outro, ouvi dizer que foi operado há tempos, logo outro lembrou que trabalhava com um irmão na câmara, perguntei se sabia o nº de telemóvel, não, mas tome lá o meu e daqui a três semanas telefone-me que ele está de baixa por acidente, conferi o nº ligando o telemóvel , batia certo, agradeci a informação do sr. Ernesto, despedi-me dos compadres e abalei a caminho dos Algarves. Dias depois recebo uma mensagem "SMS" sou o Joaquim  Lourenço do Carmo com um nº de telefone adjacente. Já falei com ele está reformado tem de facto casa no Baixo Alentejo mas mora em Lisboa, prometeu estar presente no próximo convívio, e deixou também um abraço a todos os camaradas de armas que com ele privaram em África.
Adeus até ao meu regresso

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Malta vai Ressuscitando..!!

Joaquim Lopes Gonçalves mais conhecido por “Beringel” na Cart3514, antigo condutor-auto, natural de Beringel ali para os lados de Beja, destacado no 1º grupo nos acampamentos do Lumbango e na Pedreira do Nengo,durante algum tempo. Como é hábito nesta rubrica destacar o regresso de camaradas após muitos anos de ausência, mas nunca esquecidos, o Gonçalves volta  a reencontrar os camaradas "panteras negras" trinta e nove anos depois, no próximo almoço convívio, actualmente na situação de aposentado, decidiu  este ano, associar-se ao evento e viajar até Lagoa no Algarve na companhia do António Carocinho “Beja”.
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1972 - Cidio Vaz, Gaspar, Alf. Rodrigues, Tomás Silva, Conceição, Jesuino, Melo, Beringel, Carvalho e Pinto 
Recordo uma pequena "estória", que jamais esquecerei passada numa tarde de Novembro de 1973, comemorámos nessa data o S. Martinho na Colina do Nengo com uma assada de castanhas, bem regada com vinho e cerveja, no final do magusto já com o sol no horizonte, partimos a caminho da Pedreira do Nengo, com alguns já de vela encharcada, o condutor do velho burrinho do mato era o Joaquim Gonçalves “Beringel”, bom rapaz, mas um pouco nevoso que fervia em pouca água, a pouca distancia do destacamento, havia  uma curva manhosa na picada de terra batida, que contornava uma pequena enseada na orla da mata, o excesso de velocidade, o lusco-fusco e alguma negligência, provocaram um pequeno acidente, com a queda aparatosa duns três ou quatro que iam sentados no estrado do Unimog, projectados borda fora para o meio da mata,  de entre eles o saudoso Simplício Caetano, que com um grão na asa, não era farrapo de assoar. 
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!972 - Joaquim Gonçalves e Carvalho
Após a chegada e apesar de não ter havido feridos, instalou-se a confusão, mais pelo efeito colateral dos vapores etílicos do que pelo trauma, não paravam de pedir satisfações ao condutor, palavra puxa palavra, entornaram o caldo, com o Caetano a tentar tirar esforço e o Beringel de canhota em punho a puxar a culatra a trás, com o restante pessoal a travar a contenda e a sanar a situação, no outro dia quando tentamos averiguar a desmanda e admoestar os prevaricadores com algumas "guardas à benfica"  já ninguém se lembrava com rigor do incidente, apesar de alguns hematomas à vista e à mistura, que há dias recordei ao telefone em conversa com o Joaquim Gonçalves. 
Adeus até ao meu regresso

sábado, 7 de setembro de 2013

Noticias de Lumbala Nguimbo

Rei Mwene Mbandu III
Um desfile de palhaços (homens mascarados) e a exibição de danças tradicionais marcaram no passado mês de Agosto, o inicio das festividades do quinto aniversário da entronização do Rei Mwene Mbandu III, na vila de Lumbala Nguimbo, província do Moxico. No programa comemorativo houve intervenções do Administrador Municipal, Sr. José Miguel Madunda, e do Rei aniversariante, assim como apresentação de dádivas e ofertas para o Rei.
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A exibição de peças de artesanato, alimentação, ervas medicinais e bebidas tradicionais do povo Mbunda constaram também no evento da efeméride.O reino de Mwene Mbandu III abrange os municípios dos Bundas e Luchazes na província do Moxico, e estende-se ao Kuando Kubango, assim como às repúblicas da Zâmbia, Namíbia, Zimbabwe e Republica do Congo Democrático.
Mais informação em:
http://www.mbundakingdom.org/Lithathe-Lya-Miondo-Ya-Mbunda%202012.htm

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

8º Convívio Lagoa 2013

Amigos e Camaradas
Na tentativa de relembrar e manter a nossa forte amizade, consolidada nos momentos que passámos entre 1972 e 1974, temos o imenso prazer de organizar e convidar-te a participar, assim como a tua família, a mais um convívio, desta vez a ser realizado na cidade de Lagos, no Algarve.
O evento que se vai realizar no dia 21 de Setembro de 2013, tem o seguinte programa:
- 09h30m: às 10h30m: Ponto de encontro junto ao Auditório Municipal de Lagoa.
-10h30m: às  12h30m: Visitas ao monumento em memória dos combatentes e convento de S. José
- 12h45m: Partida para o Restaurante Pestana Golf  e Resort, "Casa do Clube Vale da Pinta"
Confirmem a vossa presença até ao dia 10 de Setembro, contamos com todos vós.
         Boa viagem.
        Um abraço
        A Organização

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Noticias de Lumbala Nguimbo

Estrada Lumbala Nguimbo - Ninda
Carlos Veigas, que falava à margem da visita que o governador provincial do Moxico efectuou à referida estrada, acrescentou que três das quatros pontes de betão previstas na empreitada, já se encontram concluídas.O soba Abel Calumbuana disse que o desenvolvimento da comuna do Ninda depende muito da recuperação desta via, por ser a única maneira das pessoas se deslocarem e lembrou que as vias de acesso foram destruídas durante o conflito armado e, com a paz, o Executivo tem feito tudo para repor as ligações e possibilitar a circulação de pessoas e bens. “Estamos satisfeitos, porque há muito esperávamos que a estrada de Lumbala-Nguimbo a Ninda fosse reabilitada. Agora estamos a ver, com os nossos próprios olhos, o trabalho que está a ser desenvolvido”, argumentou.
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O governador do Moxico, João Ernesto dos Santos “Liberdade” garantiu que, nos próximos cinco anos, o Governo prevê recuperar as vias secundárias e terciárias, numa extensão de 2.401 quilómetros de estradas, incluindo pontes nos troços a serem intervencionados. Além disso, encorajou o empreiteiro a imprimir mais dinamismo aos trabalhos, para que as obras sejam concluídas dentro dos prazos previstos no contrato

Colina do Nengo em 2013

Recebi hoje através do mail três imagens do que resta actualmente do destacamento que construímos no 2º semestre de 1972 na Colina do Nengo, para a sede do comando da Cart3514, hoje apenas existem à vista, pequenas parcelas do pavimento em cimento usado nas construções do comando, dos serviços e da ferrugem, com destaque para a rotunda oval que havia no meio da parada, construída em cimento, que albergava no centro um pedestal maciço, onde estava encastoado uma placa com o guião da companhia e o mastro da nossa bandeira.
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Imagem fictícia da rotunda com a base do guião e o mastro da bandeira....!!!! 

Imagem da rotunda em ruinas, na Colina do Nengo em 28-07-2013
O César Correia diz que a longevidade daquela construção se deve aos materiais utilizados na obra, blocos de cimento moldados e compactados pelos mestres no local, “cimento, areia, capim e água” e depois muito sol.
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Rotunda existente na parada, à data da partida em Junho de 74
Há muito tempo que o Dias Monteiro tinha metido uma cunha ao nosso amigo do “norte”para ele efectuar uma visita ao Nengo, local com algum simbolismo para muitos de nós que lá vivemos praticamente dois anos, havia vontade de saber se ainda existia lá algum rasto da nossa “pegada”. A visita foi realizada no passado fim de semana com alguma dificuldade para o jipe, o acesso lá acima com três centenas de metros de picada, foi invadido pela mata, assim como a parada hoje infestada de capim, bissapas e algumas árvores de médio porte, a panorâmica que conhecemos do destacamento, só a nossa memória e as imagens existentes podem provar que em tempos ali existiu uma pequena civilização, que a natureza acabou por reabilitar, passados apenas quarenta anos.
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Ps: Estas imagens e todas as outras que nos têm chegado do leste, devem-se à gentileza dum amigo, que está a algum tempo na zona por motivos profissionais, e que nos contactou através do nosso Blog, depois de constatar na Internet o nossa curiosidade pela evolução do local, e do conhecimento da nossa presença durante vinte oito meses, no sub-sector da antiga Vila Gago Coutinho, denominada actualmente de Lumbala Nguimbo, sede Municipal dos Bundas,
Adeus até ao meu regresso

sábado, 3 de agosto de 2013

Convivio < Lagoa / Algarve > 2013

O 8º almoço convívio da Cart.3514 vai realizar-se em Lagoa no Algarve no dia 21 de Setembro, (sábado) com o local, menus e preços já definidos, estando também assegurado, apartamentos individuais para casais em aparthotel com preços especiais. A organização deste evento está a cargo dos camaradas, Augusto Pires, Hélder dos Santos e André Águas, que dentro de dias farão chegar a todos os "panteras negras" via CTT, o convite detalhado, com restaurante, menu, estadia, preços, itinerários, local do ponto de encontro e telefones de contacto.
Amigos organizar um convívio não é difícil, mas dá muito trabalho, as responsabilidades assumidas com o restaurante para ene pessoas, não responder ao convite, deixar a confirmação do sim ou não para o ultimo dia, obrigando a organização a ter de telefonar, causa muito stress.
Pelo atrás exposto faço um apelo a todos os camaradas a gentileza de responderem ao convite dentro do prazo referido, independentemente de poderem estar ou não presentes, afim de sabermos noticias vossas que é afinal o espírito que norteia estes convívios, podendo deixar sempre que queira, uma mensagem aos companheiros presentes, que será transmitida no dia do evento.
Boa viagem e um abraço

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Noticias de Lumbala Nguimbo

Governador constata obras sociais nos Bundas e Luchazes
O governador provincial do Moxico, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, iniciou hoje, quinta-feira, um périplo de dois dias nos Bundas  para a constatação das obras sociais em curso nessas circunscrições.
Na sede municipal dos Bundas (Lumbala-Nguimbo), o governante vai se inteirar do grau de execução física de duas escolas T12 e T14, do mercado municipal e do troço rodoviário Lumbala-Nguimbo (Antiga vila Gago Coutinho) /Ninda (84 quilómetros).
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Saida sul de Lumbala Nguimbo para Ninda

domingo, 23 de junho de 2013

Curiosidade, mas também Orgulho.

Sandra Teixeira, atleta de meio fundo no Sporting Clube de Portugal, filha do nosso antigo camarada de armas Adriano Mendes Teixeira, do 2º pelotão da Cart3514 participou este fim-de-semana em Dublin na Republica da Irlanda, no Campeonato da Europa de Nações, nas provas de 800 e 1500 metros em representação da Selecção Nacional de Atletismo.
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Selecção de Portugal que disputou  este fim de semana o Campeonato da Europa de Nações em Dublin na Irlanda

domingo, 16 de junho de 2013

Adriano, Boas Melhoras

Hoje encontrei no facebook estas duas praças da 3514
O César Correia numa visita ao Adriano Mendes Teixeira numa unidade hospitalar de Lisboa onde está internado, com uma úlcera no estômago, já debelada e em recuperação, gostei da ideia e do companheirismo sempre presente do César ao levar as t-shirts com o logotipo da colina do nengo estampada, para oferecer ao Adriano, em memória dos velhos tempos compartilhados algures no cu de judas. Ao Adriano mais uma vez o desejo de boas melhoras e rápida recuperação.
César Correia de visita ao Adriano Mendes Teixeira numa unidade hospitalar em Lisboa
  

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Noticias de Lumbala Nguimbo

Igreja de S. Bonifácio reinaugurada
Os fiéis católicos de Lumbala-Nguimbo ganharam, neste domingo, uma nova paróquia com capacidade para mais de 300 pessoas sentadas, inaugurada pelo arcebispo de Saurimo (Lunda Sul), Dom Manuel Imbamba. O templo da missão, denominada São Bonifácio, foi inaugurada em Outubro de 1953 e as obras de ampliação tiveram a duração de nove meses, financiadas pelo Governo provincial, administração municipal dos Bundas, parceiros sociais e apoios dos fiéis. Ao falar na homília, o arcebispo dom Manuel Imbamba disse que é grande a gratidão com que a comunidade católica celebrou o evento, por receberem uma casa de Deus que vai ajudar a fortificar o evangelho de Cristo na região. Segundo ele, a paróquia está devidamente renovada em todos os aspectos, para proporcionar a graça e a salvação de Deus. 
Igreja de S. Bonifácio reinaugurada no passado domingo após obras.
 Acrescentou que a Igreja além de espelhar a arte, a beleza arquitectónica, artística e as pedras mortas, espelha sobretudo a beleza da nova comunhão e das pedras vivas que visam implorar à Deus tudo aquilo que os fiéis precisam para o cumprimento da fé. Em sua óptica, a igreja é um edifício, um lugar propício e um lugar privilegiado onde os fiéis reúnem, corrigem, comprometem e exigem a mudança e alimentam a sua fé, para caminharem sempre de acordo com a vontade do Senhor. Na ocasião, o prelado católico exortou aos fiéis a fazerem do referido templo um lugar onde todos acorrem para que Deus os ajude, orienta e dê a luz que precisam para puderem fazer boas escolhas, bons discernimentos e poderem caminhar conforme o querer de dele.
 Igreja de S. Bonifácio de novo ao serviço dos fiéis, (destruida na guerra civil de Angola)
Manuel Imbamba disse ainda que “a igreja é a casa onde os fiéis procuram o sacramento e aqueles sinais visíveis que nos ajudam a estarmos sempre a brilhar como filhos e filhas de Deus, onde se celebra a eucaristia para alimentar a fé e fortificar o evangelho de Deus. Advertiu que a igreja nunca deve ser uma casa da desordem, de desunião, da intolerância e de situações odiosas que levam os fiéis a viver de costas viradas para com Deus e para com os irmãos, mas sim é a casa onde cada um se sinta amado por Deus. Assistiram a cerimónia, membros do governo provincial, da administração municipal, autoridades tradicionais, fiéis católicos e a população em geral.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Noticias de Lumbala Nguimbo

Antiga Vila Gago Coutinho - O comércio fronteiriço entre os municípios dos Bundas em Angola e as localidades do Kalapu e Mungu na Zâmbia, está a crescer e melhorar significativamente, apesar de alguns constrangimentos na transportação de mercadorias por via fluvial, constatou esta quinta-feira, a Angop no local. No Porto fluvial do Mussuma-Ponte, na parte angolana atracam quatro a cinco canoas a motor por dia, trazendo a bordo mercadorias diversas, com destaque para bens alimentares, roupas de diferentes qualidades e origens,  bem como outros produtos industriais. As canoas de 15 metros de comprimento e dois de largura transportam da Zâmbia 15 toneladas de diferenciadas mercadorias e dez a 20 passageiros a abordo, percorrendo 75 quilómetros das localidades zambianas acima citadas até ao Porto fluvial do Mussuma-Ponte 10 kms a sul de Lumbala Nguimbo, sede municipal dos Bundas.
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Porto Fluvial do Mussuma-Ponte
Rebeca Jinguissa, uma das angolanas interpeladas na altura que estava a embarcar para o Mungu, explicou que durante a viagem encontram muitos obstáculos, superados quase sempre, devido a experiência dos tripulantes das canoas. “A viagem de Angola à Zâmbia demora quatro a cinco dias, devido ao aumento do caudal dos rios neste tempo chuvoso” disse a comerciante angolana, “mas da Zâmbia para Angola, com a carga faz-se uma a duas semanas, sobretudo, no tempo seco”, acrescentou. O responsável do Posto Fiscal, no Mussuma-Ponte, inspector chefe Naúma Fio, reconheceu as dificuldades que os passageiros têm que ultrapassar durante o percurso. “Há vezes que o combustível (gasolina) acaba antes de chegarem ao destino”,  disse. Referindo-se ao funcionamento do posto, manifestou a insuficiência de efectivos para o controlo eficiente de toda extensão fronteiriça, de forma a evitar que os utentes destes meios escapem ao fisco das autoridades policiais e migratórias. Actualmente existem apenas 12 elementos e são necessários outros dez,  dada a vasta fronteira que o município dos Bundas partilha com a província do Oeste (Zâmbia), onde muitos rios com as nascentes no território nacional desembocam naquele país vizinho,  tendo igualmente apontado a falta de meios de comunicação. O Porto fluvial do Mussuma-Ponte é porta de entrada de cidadão Zambianos e Zimbabweanos, além de angolanos, que trazem consigo diversos produtos que são comercializados em muitos pontos da província do Moxico. Bundas é um dos municípios que faz fronteira com a Zâmbia, a par do Alto-Zambeze, tem a sua sede na Vila de Lumbala-Nguimbo, baptizada de Vila “Gago Coutinho”,  pelo regime colonial português, desde princípios do século passado até à data da independência.
  • AngolaPress
  • quarta-feira, 8 de maio de 2013

    Noticias de Lumbala Nguimbo

    A Administração Municipal dos Bundas aposta nos sectores social e económico intensificando este ano diversas acções no sector social, para melhorar as condições de vida das populações locais, afirmou hoje, o seu administrador, José Miguel Mandunda. Em declarações à Angop, o responsável fez saber que, no âmbito do programa municipal integrado para o desenvolvimento rural e de combate à pobreza, foram gizadas acções que contemplam a construção de uma escola primária, na povoação do Luio, esquadra policial e residência para o comandante comunal de Luvuei. 
    Na povoação do Nengo, a administração projectou construir uma  escola primária, no Ninda e Sessa, um centro de saúde com capacidade para 30 camas e a respectiva residência para os enfermeiros. Quanto ao sector da agricultura, José Mandunda anunciou a construção de um armazém para a conservação de produtos agrícolas, na comuna de Luvuei, e aquisição antecipada de imputs e sementes agrícolas para a próxima campanha, bem como incentivar os camponeses a criarem associações para terem acesso ao crédito agrícola.
    Satisfeito pela reabilitação e ampliação da estrada que liga a sede municipal à cidade do Luena, disse que a sua conclusão, em 2014, irá melhorar a fluidez na circulação de pessoas e consequente escoamento de produtos de campo para os maiores centros de consumo. Quanto às estradas que ligam Lumbala Nguimbo com as comunas, disse que o maior constrangimento era chegar às comunas do Sessa, mas a administração, no quadro do programa municipal integrado, conseguiu repor duas pontes sobre o rio Lucula e sete pontecos na estrada que liga à comuna do Mussuma.
    No capítulo de energia e águas, José Mundunda explicou que apenas a sede do município possui um grupo gerador que permite a iluminação pública e domiciliar na vila e bairros periféricos, ao passo que o sistema de captação, tratamento e distribuição de água instalado em 2011 funciona regularmente.  
  • AngolaPress
  • segunda-feira, 6 de maio de 2013

    Milicianos, Os Peões das Nicas

    Escrito deixado em Luanguinga pelo CMDT da Companhia de Caçadores 3370, que rendemos em Abril de 1972 - (E depois desta, outras obras se farão por outros Homens que fechando os olhos á cor da pele, construirão essas casas e viverão em comunidade segundo as leis que eles própios criaram, e o que dantes era nada, depois de ser alguma coisa tem possibilidade de ser tudo e podes estar certo soldado de que esses homens jamais esquecerão que foste tu o verdadeiro agente desta obra quando, humildemente assentaste a primeira pedra dos alicerces desta casa. O CMDT da C.CAÇ. 3370 - Rui Neves)
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    Luanguinga 1972 - Bernardino Careca na entrada das Trms
    Rui Neves da Silva, foi mobilizado pelo BC10-Chaves e formou uma subunidade de infantaria, com destino ao reforço da guarnição normal da RMA; em 15Mai71 embarcou no NTT "Vera Cruz" rumo a Luanda, como capitão miliciano comandante da CCaç.3370; após desembarque seguiu para o sudoeste de Angola, aquartelando em Luanguinga no sub-sector de Gago Coutinho (onde reencontrou o capitão Melo Antunes comandante de duma Cart do Bart 3835, e conheceu o alferes miliciano Lobo Antunes, médico do mesmo batalhão ali estacionado) após intensa actividade operacional, regressou, sem baixas de nota na sua subunidade. O seu primeiro contacto com a arte literária ocorreu em 1958, quando publicou clandestinamente um opúsculo onde, criticava o establishment na instituição de ensino que então frequentava. Mais tarde escreveu sob pseudónimos diversos, para a extinta Agência Portuguesa de Revistas, dezenas de livros que ele próprio desde sempre caracterizou como literatura de sobrevivência, depois em 2007 o ingresso a séria no mundo literário com a publicação de: Nós, os que sobreviveram à guerra e à indiferença a que depois nos votaram, somos os remorsos vivos dos responsáveis pelo tempo perdido e pelos sofrimentos passados em terras que depois reconheceram, mas tarde de mais, que afinal não eram nossas em - Milicianos, Os Peões das Nicas -

    segunda-feira, 1 de abril de 2013

    Estórias de Angola

    Emissora do Nengo
    De vez em quando chegavam á companhia através do movimento nacional feminino MNF da “Súpico Pinto” uma resma de revistas já lidas e relidas, para entreter a tropa no mato, reportando vários assuntos, e anúncios diversos, que líamos e relíamos da primeira à última página, um anúncio sobre um curso, por correspondência, de Montador de Rádio  e TV da Álvaro Torrão, entusiasmou o Melo,  que o subscreveu primeiro e  mais tarde encorajou o Arlindo Sousa a aderir, depois de chegar o primeiro módulo com o chassis e a placa perfurada onde eram montados todos os circuitos e os componentes, o projecto consistia em montar um rádio emissor, com a ajuda dum manual de instrução técnica que englobava um diagrama eléctrico e um de montagem, mais uma mescla de material que chegava mensalmente no correio em kits, que depois de armados e testados eram soldados a estanho, ao final da tarde no kimbo das transmissões, passo a passo conseguiram afinar e pôr o caixote a emitir, não me recordo em que frequência, mas com um raio de amplitude limitada, na ordem dos 40/50 metros.
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    Colina do Nengo, Natal de 1973 - Dinis, Paulo, Careca e Pimenta. Em cima, Oliveira trms, Marques Tavares e Carrusca
    Na época 73/74 o FC Porto tinha adquirido o Cubilhas e havia muita expectativa por parte dos adeptos, na conquista do campeonato, de entre eles sobressaia o carismático, Barbosa das Neves do 3º grupo, mais conhecido pela alcunha artística de “Hippy”, que sofria com os desaires do dragão e com as farpas do Pereirinha, e dos encarnados do SLB que lhe atormentava o capacete a toda a hora.
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    Luanguinga - Medeiros, Ramalhosa, Diogo, Barros, Soares, Duarte, Melo ??
    Um domingo nos finais de 73, em que o Porto jogava nas Antas com uma equipa do meio da tabela, armaram um estúdio improvisado, na tenda do Victor Melo, com o Arlindo Sousa, o António Oliveira, Elísio Soares e o Careca que conhecia os jogadores de ambas as equipas de ginjeira, e também muito jeito a imitar os relatadores desportivos da época, gravou antecipadamente um sketch imaginário dos primeiros dez ou doze minutos do jogo num pequeno gravador do Elísio Soares, tão perfeito com toda aquele acervo de linguagem do futebolês,  que a gravação parecia real.
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    Algures em 1973 - Faustino Costa, Castro, Pinto, Gaspar, Rego Correia, Caetano, Melo e Antº Oliveira
    No lado oposto, á sombra do frondoso alpendre das transmissões, coberto do enleio de maracujás, estava instalado o arraial habitual, onde normalmente a maioria da tribo do Nengo, acampava nas tardes de domingo a ouvir os relatos do futebol, o pessoal ia aquecendo o ambiente, enquanto o Medeiros sintonizava a Emissora do Nengo, disfarçando a marosca, o Pereirinha e o Careca, trouxeram de mansinho o Hippy já com o jogo a começar, de peito feito e uma enorme fé no Cubilhas, com sete ou oito minutos jogados, o Peruano falha um penalty, depois começou o descalabro, 3 golos de rajada em cinco minutos na baliza do Porto, arruínaram a alegria do “Brabosa das Neves”, que só descobriu a pantominice que lhe armaram, quando perdemos o som do relato e começamos a ouvir o run..run…run da cassete, o Hippy percebendo o logro, despertou incrédulo e furibundo do seu pesadelo, disparou de raiva naquele seu jeito brejeiro, carago, vão f.d.r outro..!!
    (Com informação do Victor Melo um dos participantes activos nesta história.) 
    Adeus até ao meu regresso

    sexta-feira, 29 de março de 2013

    Feliz e Santa Páscoa

     Nesta Quadra Festiva, não quero deixar passar a oportunidade de apresentar ao nosso "Blogmaster", aos restantes colaboradores, a todos os elementos da CArt 3514 "Panteras Negras" e seus familiares, assim como a todos os visitantes deste Blogue, onde quer que se encontrem, os melhores desejos de uma Santa e Feliz Páscoa, com muita saúde, amor, paz e alegria. Para todos, em geral, vai um abraço de camaradagem e amizade do amigo e camarada,
    Botelho.

    segunda-feira, 18 de março de 2013

    A Caminho das Terras do Fim do Mundo (7)

    Depois das "estórias rocambolescas" passadas durante a estadia, do 4º Grupo no Lufuta, chegou a hora da primeira mudança de destacamentos; saiu-nos na rifa ir parar ao Lutembo. Não perdemos com a troca. No Lutembo, onde o 3º Grupo tinha estado sedeado desde a nossa chegada ao Leste, existia "uma espécie de instalações" onde já era possível dormir "debaixo de telha" e deixar os "bungalows" em descanso.  Ali, ao contrário do isolamento do Lufuta, havia um bom núcleo de população nativa, um posto de administrador e um pequeno comércio onde se podia beber uma CUCA fresca ou um Whisky com gelo quando à noite  o administrador nos convidava para jogar o King. Passados estes quarenta anos é o que retenho do lugar. 
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    Com o Costa e Silva na minha primeira viagem(prospeção!) ao Lutembo
    A estadia, como já referi, foi de curta duração e ainda bem, porque no aspeto operacional a nossa missão não era nada invejável. Tínhamos por missão abastecer um grupo de Katangas que se encontrava entre o Luvuei e o Lutembo, aí pela latitude de um lugar tenebroso: - Lumai. Era um lugar isolado perto do rio que lhe dava e ainda dá o nome e que como já referi num dos meus posts anteriores era o sítio onde, se fosse possível balizar a zona do Inferno, da Guerra e da sua filha primogénita, a Morte, essas barreiras teriam de ficar entre o Luvuei e o Lutembo. E isto porque foi nessa zona que uma Companhia de Comandos, teve o seu maior número de baixas, foi nessa zona que, numa operação de lançamento de Comandos helitransportados, o heli canhão, pilotado por um capitão foi abatido, tendo o mesmo, segundo julgo, perecido no acidente. Foi também nessa zona que, ao longo dos vinte e sete meses que estivemos para Sul, se verificaram os maiores "berbicachos" provocados pelo IN, como dizíamos naquela época. Ora para além disto, acrescia o facto de naquela altura, vá lá saber-se o porquê, só tínhamos uma única viatura o velho "burrinho do mato” - o UNIMOG. Agora imaginem ou recordem o que era fazer-se cerca de trinta e cinco a quarenta quilómetros para cada lado naquela picada esburacada, cujos trilhos eram bem vincados no chão, pelos rodados das BERLIETS e das outras viaturas pesadas civis dos MVLs, que semanalmente faziam Luso/Gago Coutinho, hoje, Luena/Lumbala N'Guimbo e vice-versa. Valia-nos que alguém se lembrou de montar as jantes do Unimog ao contrário o que provocou maior distancia entre rodados e o burrinho do mato já quase que acertava no trilho marcado na picada. Felizmente, que nada nos aconteceu.
    Nenhuma mina nem nenhuma emboscada. Hoje chego a pensar que aquela gente (o IN) até achava que tínhamos boa cara e que éramos boas pessoas. Caso contrário, se tivéssemos tido o azar de pisar uma mina anticarro ou sofrêssemos alguma emboscada, numa viatura daquelas e com oito homens em cima, hoje de certeza que teríamos gravado o nosso nome no monumento dos mortos em combate. Partíamos pelas 06.00 horas e apesar de algum frio que naquelas manhãs se fazia sentir, dado estarmos a entrar na época do cacimbo, eu pessoalmente, quando chegava ao objetivo - o Lumai ou ao Lutembo - no regresso vinha sempre a transpirar. Seria medo? Até acredito porque não queria ser herói; mas também nunca fui nenhum covarde. Embora, em minha modesta opinião, o medo provoque mais calafrios que calor. A quarenta anos de distância e sem ressentimentos, que aqui não têm lugar, não posso deixar de dizer que comandar homens não é a mesma coisa que manusear títeres. Tenho hoje a certeza de que o que me fazia transpirar não era o medo mas a revolta que sentia na alma e que obrigatoriamente, nos anos setenta, numa sociedade castrense, era obrigado a calar. Durante o tempo que durava a viagem de ida e volta a pergunta que me bailava na cabeça era uma só: Que mal fez este grupo de homens para merecer esta sorte? De que crime são acusados? Terá consciência quem nos obriga a expor-nos e arriscar-nos tanto, ou mesmo tudo, e dá-nos por contrapartida tão pouco? Era esta forma de sentir a minha sina e a dos militares que comigo partilhavam o perigo, que me faziam transpirar até que chegava com eles a porto seguro. Bem, perdoem-me a lengalenga que já vai muito longa e os pensamentos transversais mas que, no dia de hoje recordei e aqui os deixo reproduzidos. Fiz bem? Fiz mal? Deixo ao vosso critério o julgamento...
    Prometo que, da próxima vez, tratarei de coisas mais ligeiras e com humor.Em especial, a todos os editores do Blogue, a todos os camaradas que fizeram parte do 4º grupo, a toda a CART3514 e, em geral, a toda a família “Panteras Negras”, um grande abraço.

    terça-feira, 12 de março de 2013

    O dia a dia nos destacamentos

    Os destacamentos em que a companhia foi dividida, originou a necessidade de criar um mínimo de condições para a sobrevivência no terreno. As acções de protecção só eram possíveis, a partir de um acampamento na imediação da frente de trabalho, onde o pessoal dispusesse de um conjunto de apoios que lhes permitisse desempenhar a sua missão. Montar ou deslocar acampamentos na mata, foi tarefa que nos habituámos e que realizamos muitas vezes em simultâneo com a actividade operacional.
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    Picada do Nengo 1972 - António Pinto, Carvalho, e Melo
    A companhia utilizou dois tipos de estruturas, o bidonville que construímos na Colina do Rio Nengo, sede do comando da Cart, e os destacamentos temporários, onde as condições eram muito precárias, acomodados em tendas cónicas, durante quase toda a campanha, excepto no inicio da desmatação, na picada entre o Mussuma e o Nengo, em que dormimos algumas vezes debaixo da bulldozer para nos protegermos do frio e dos medos da noite e depois numa segunda fase começamos a montar as tendas, mas dormíamos em colchões no chão, a mobilidade dos acampamentos, dependia da progressão da D8 que aumentava ou diminuía em função da topologia do terreno e da densidade da vegetação na mata, mas depois da terraplanagem passar o Nengo a situação por motivos de segurança estabilizou, o pelotão voltou a reagrupar utilizando novamente a cozinha de campanha, um enfermeiro, uma viatura, transmissões e o pessoal que complementavam a orgânica do acampamento.
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    Luanguinga 1972 - João Medeiros e Elisio Soares 
    No mato não havia folga para a preguiça, mas sobrava ainda tempo para algumas actividades de lazer, os jogos de cartas eram os mais populares, os açorianos e continentais jogavam à sueca, os cabo verdianos gostavam muito da bisca de três, as damas e o póquer de dados também entretinham, estranho era ver um tabuleiro de xadrez na mata, que muitos não conheciam, jogado entre o Rodrigues e o Arlindo de Sousa que o praticavam amiúde ao final da tarde, a despertarem a curiosidade primeiro, e a entranhar o bichinho depois em alguns, que começaram a compreender o bê-á-bá da saída dos peões e da restante movimentação das peças, cavalos, bispos, torres e realeza.
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    Leste 1973 - Caetano e António Oliveira numa de xadrêz
    A segurança, a alimentação, a saúde e a higiene eram os factores que primávamos com mais apego, à noite a vigilância do acampamento ficava à guarda duma secção, que em turnos de duas horas, iniciava “o quarto de sentinela” às 20 horas e terminava às 6 da manhã, quando a cozinha, começava a preparar o pequeno almoço, depois uns iam para a picada, fazer protecção, alguns encarregavam-se da lenha, da água e na ajuda à cozinha, outros na coluna de Berliett, à sede da companhia para reabastecimento, e ao final da tarde não dispensávamos um mergulho, quando o rio estava à mão, ou na falta de melhor, um duche a balde no destacamento.
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    Leste 1973 - Caetano, Arlindo, Oliveira e a cafeteira da do banho 
    Hora do tacho algures em 1973 - Gonçalves, Parreira, Parreirinha, Eduardo Gonçalves, Cardoso da Silva, Matos e Eliseu
    Ao serão não enjeitavamos uma saída à caça de vez enquanto, quase toda a gente gostava de acompanhar, tornou-se um hábito de tal forma, que tivemos de fazer uma escala, nenhum  queria ficar para trás,  raramente apagavamos o pitromax "candeeiro" antes da meia noite, havia sempre alguém que queria por o correio em ordem e a leitura em dia, quando a disposição reinava ou a necessidade impunha. Foi assim durante vinte sete meses, num total de oitocentos e tal dias..!!
    Adeus até ao meu regresso

    sexta-feira, 1 de março de 2013

    Noticias de Lumbala Nguimbo

    Comuna de Ninda
    Mais de Oitocentos alunos da comuna do Ninda ganharam, esta quarta-feira, uma escola primária com seis salas de aulas, inaugurada pelo governador provincial do Moxico, João Ernesto dos Santos “Liberdade”. Alunos e professores das referida escola mostraram-se satisfeitos, porque segundo eles, a partir de agora passam a ter boas condições de ensino e aprendizagem em relação ao passado em que as aulas eram ministradas debaixo de árvores e em capelas.  Na localidade são leccionadas aulas da iniciação a 6ª classe sob orientação de sete professores. O director da escola da comuna do Ninda, Manuel Zeferino Gemixi, disse necessitar de mais seis docentes para assegurarem as aulas. 
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    Entrada norte de Ninda
    Os beneficiários se comprometeram proteger as infra-estruturas e o mobiliário posto à sua disposição para que sirvam também as novas gerações.  Por seu turno, a soba Domingas Mussole Cambuta louvou o empenho do Governo na construção de escolas e hospitais, o que está permitir o ingresso de muitas crianças no sistema de ensino e a melhoria da assistência médica e medicamentosa das populações.
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    Novo bairro habitacional em L. Nguimbo
    Lumbala Nguimbo - Cento e trinta pessoas estão desabrigadas em consequência das chuvas que se abatem nos últimos dias no município dos Bundas, província do Moxico, informou hoje, quinta-feira, o administrador municipal, José Miguel Mandunda. Sem precisar o número de casas destruídas pelas enxurradas, o administrador disse à Angop que muitas das famílias foram acolhidas pelos familiares e vizinhos. Os bairros ao arredor da vila de Lumbala-Nguimbo, sede municipal dos Bundas e de algumas sedes comunais são os mais afectados. Segundo o administrador, a preocupação foi já comunicada à Comissão Provincial de Protecção Civil e até à data aguarda-se pelos apoios para os sinistrados, sobretudo, chapas de zinco para a reconstrução das suas casas.
    Construção da nova ponte em Ninda 
    A conclusão da reabilitação das estradas nos diversos troços rodoviários da província, vai acelerar o desenvolvimento socio económico da região, augurou o governador do Moxico, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, em Cangamba (município dos Luchazes). Em declarações à imprensa, no final de uma visita de constatação das obras em curso nesta circunscrição, disse que actualmente decorrem obras nos troços rodoviários que ligam os municípios do Luau e Alto-Zambeze, Lucusse/Lumbala-Nguimbo, Lucusse/ Lumbala-Kaquengue, “tudo em prol da melhoria das condições sociais básicas da população”. Referiu igualmente sobre a conclusão em Agosto próximo da reabilitação e ampliação do troço Luena-Dala (província da Lunda Sul), obras atrasadas devido as chuvas que se abatem na região. Os troços rodoviários que ligam (Lumbala-Nguimbo à comuna do Ninda e à comuna do Chiúme, para facilitar a ligação com a província vizinha do Kuando Kubango, também estão em reabilitação. João Ernesto dos Santos fez saber que nos troços rodoviários acima referenciados estão em curso a reconstrução das respectivas pontes, para permitir maior fluidez de viaturas e mercadorias. Quanto às ligações entre as sedes municipais e comunais explicou que já existe um programa concebido em 2012 e remetido ao ministério da Construção para que até 2017 estas vias de comunicação sejam reabilitadas. Dados oficiais do Núcleo provincial do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA) indicam que Moxico tem três mil e 477 quilómetros de estradas, destes apenas mais de 700 estão adjudicados para a sua reparação e tem 133 pontes grandes e pequenas.

    quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

    Estórias d`Angola

    Quantas meu Alferes?
    Há dias encontrei um amigo da minha juventude que também passou pelo leste na minha época, foi mobilizado numa companhia que estava sedeada no Luvuéi, e recorda-me sempre, Carvalho lembras-te daquela cena na messe de oficiais em Gago Coutinho, por causa dumas cucas frescas, ia estragando as minhas férias, fiquei muito à rasca quando o Cmt entrou, já tinha viagem marcada com a passagem paga para a metrópole, nunca mais me vou esquecer..!!
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    Num destacamento algures 1973 - F. Costa, Rego, Gaspar, Elisio Soares, Correia, Conceição e Coutinho em baixo 
    Em Julho de 1972 com três meses de comissão, rodamos para o rio Mussuma, acampamos na margem esquerda junto à ponte, 10 kms a sul da Vila Gago Coutinho, para dar protecção à TECNIL nos noventa quilómetros de picada para Ninda,  iniciamos a construção do destacamento  numa zona arborizada na orla da chana, para albergar o comando da companhia, que nunca  acabamos, por motivos já aqui narrados anteriormente. A protecção à SETEC no troço Luio, Gago Coutinho, ficou operacionalmente a cargo da CCav 3517,  que nos renderam no Lutembo  e também em Luanguinga, deslocavam-se a Gago Coutinho sempre que havia avião na busca de correio.
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    Em Gago Coutinho 1973 - Elisio Soares e Arlindo Sousa
    Nos princípios de 1973, numa das muitas colunas feitas ao batalhão, encontrei na placa da pista junto ao Nordatlas um amigo de longa data, destacado no Lutembo como enfermeiro da 3517, que eu desconhecia na altura, depois de um grande abraço e de pormos a conversa em dia, naquela manhã muito quente e abafada, nada melhor para selar este inopinado encontro, que umas cervejolas para refrescar, convidei-o a entrar no bar dos sargentos, onde já não havia cerveja fresca, o Arlindo Sousa e o “Estrangeiro ( ”1º Cabo João de Almeida Correia, apelidado, pela forma singular da sua pronuncia), alvitraram o bar da messe de oficiais, torci o nariz ao entrar, sugeri antes, que bebêssemos á porta, como era habitual, mas os argumentos do “Mil Nove e Vinte” afirmando que a “Chicalhada” estava toda na pista aquela hora, como era hábito sempre que havia avião, convenceram-me, o meu amigo Zé Victor, muito tímido, por norma avesso a confusões, pergunta-me ao ouvido, se não ia haver maka, tranquilizo-o, enquanto não ouvires o avião a roncar, podemos estar descansados..!! Entrámos, descontraídos e sentamo-nos, o Arlindo pergunta se há cuca fresca, o barista responde, quantas meu alferes? Pedimos uma rodada, e mais outra, eis que, entra o Cmt. do Batalhão, levantamo-nos e fazemos a paulada da praxe (continência), bem disposto responde à nossa saudação com cordialidade, pergunta-nos qual a nossa unidade, respondemos em uníssono, nós somos do Nengo e este camarada da dezassete no Luvuéi, o Cmt. vira-se para o balcão pede um Martini e oferece uma rodada, não me recordo se aceitamos, julgo que alguns perderam logo a sede, a estratégica agora era dar ao slide, o mais rápido possível dali para fora, sem causar mossa…!!
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    O Famigerado SETE situado a 30 kms de Ninda,  perto da fronteira com a Zâmbia
    O Cmt. emborca o dring em dois ou três tragos, despede-se do pessoal e ao sair chama á porta o rapazinho do bar, que na volta entrou de semblante carregado e angústia estampado no rosto. Levantei-me cheguei ao balcão e pedi a conta, volta-se para mim meio desanimado e sussurra-me, meu furriel, o nosso Comandante pagou a vossa despesa, mas fez-me uma ameaça, se voltar apanhar “estranhos”, no bar da messe de oficiais, dá-me uma porrada e despacha-me para o Chiúme de arma às costas, desculpamo-nos que aquilo eram só bocas, enfim, tentamos animar o rapaz, mas o Estrangeiro na volta comentava no seu intragável “portonhol”, olha o gajo ficou todo borrado com medo Chiúme…!! E quem não tinha receio de ir parar ao Chiúme? Aquilo nem para pessoal de barba rija… aquele destacamento era maior pincel do leste, pior só o inferno do Sete, desactivado após meses de sucessivos ataques de grande intensidade.
    Adeus até ao meu regresso

    quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

    Noticias de Lumbala Nguimbo

    Hospital de Lumbala Nguimbo
    SAÚDE - O Hospital Municipal dos Bundas necessita de dois médicos especializados em cirurgia e ortopedia, disse hoje, quarta-feira, a chefe de Repartição Municipal de Saúde, Margarida Ana . “São ainda necessários 100 enfermeiros e 300 técnicos de enfermagem e outros quadros administrativos para a expansão dos serviços sanitários na circunscrição”, reforçou a responsável em entrevista à Angop. A responsável manifestou ainda a sua preocupação devido a inoperância do bloco operatório, garantindo que tudo está a ser feito no sentido de se repor a funcionar, com a compra dos equipamentos que faltam para o seu apetrechamento. No município existem dois centros de saúde e nove postos médicos, onde estão colocados dez técnicos sanitários cada, disse a fonte, que apontou a malária, doenças diarreicas e respiratórias agudas, assim como a conjuntivite como as principais preocupações. Por seu turno o director do hospital, Júlio Capalo, explicou que 80 a 100 pessoas, sobretudo, crianças são diagnosticadas diariamente com casos de malária, doença considerada endémica, principalmente nesta época chuvosa. A propagação do vírus de sida é uma outra inquietação apresentada pelo responsável do hospital, tendo explicado que em 2012 foram diagnosticados 61 casos, contra 51 em 2011, sendo as mulheres as mais infectadas. Para contrapor esta situação são realizadas palestras de sensibilização nas comunidades, bem como distribuídos preservativos. Serviços de ortopedia, pediatria, vacinação, banco de urgência, medicina, testagem voluntária de VIH/Sida, centro materno infantil estão instalados no hospital dos Bundas assegurados por quatro médicos expatriados, auxiliados por 53 técnicos de enfermagem e quadros administrativos.
    Escola do 1º Ciclo de Lumbala Nguimbo
    EDUCAÇÃO - Dezanove mil alunos de iniciação a 10ª classe vão frequentar aulas no município dos Bundas, província do Moxico, no presente ano lectivo, aberto oficialmente na passada terça-feira, informou hoje, quarta-feira, o chefe da Repartição, André Catongo. A fonte disse que as aulas serão asseguradas por 162 professores, necessitando ainda de 50 outros docentes e dez escolas, para estender a rede escolar em toda a extensão territorial. André Catongo disse existirem 36 salas de aulas, número insuficiente dada a explosão escolar que se regista nos últimos anos. Quanto ao material didáctico, disse não existir queixas, quer por parte dos professores como dos alunos.
    Lavras de cultivo junto ao rio em Lumbala Nguimbo
    AGRICULTURA - O sector da agricultura no município dos Bundas, província do Moxico, prevê colher 160.382 toneladas de productos diversos, no fim da presente campanha agrícola 2012/2013, disse hoje, quarta-feira, à Angop, o chefe da secção municipal da agricultura, Kanhica Lastone. A fonte estima uma produção de 95.840 toneladas de milho, mais de 5.000 toneladas de mandioca e outras 3.000 de arroz, entre outras colheitas e para o efeito foram preparados 36.890 hectares. Em relação ao ano agrícola anterior, de acordo com a fonte da Angop, a produção foi de 88.000 toneladas, em 34.260 hectares cultivados. Kanhica Lastone justifica este aumento pelo facto dos camponeses serem apoiados antecipadamente com sementes e instrumentos de trabalho, bem como a introdução da agricultura mecanizada e tracção animal.  Explicou que dos hectares preparados 130 são mecanizados e 260 de tracção animal, 36.100 manuais, onde estão envolvidos cinco mil famílias camponesas organizados em 29 associações e uma cooperativa. "Os pequenos agricultores estão a ser assistidos material e tecnicamente, para que tenham maior produtividade no fim da campanha", disse o responsável da agricultura que estimou uma boa época agrícola, a julgar pelo empenho dos camponeses associados da regularidade das chuvas. Por outro lado, solicitou celeridade dos bancos na concessão de micro créditos e reparação de estradas e pontes, para que os camponeses consigam transportar os seus produtos do campo para os centros de comercialização.   "Há muitos produtos que se estragam no campo por falta de meios de transporte e também os compradores não conseguem chegar onde está o camponês, devido ao mau estado das estradas em alguns casos", lamentou.
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