o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Memórias da CArt 3514 (Évora 02/04/1972)

Caros Camaradas:
Passei por este local no dia 1 do corrente mês e, apesar de ter decorrido tão pouco tempo, senti uma imperiosa necessidade de comunicação, quer me levou a ir vasculhar a minha gaveta com antigas fotografias, que aproveitei para digitalizar e guardar nos meus álbuns informáticos. Lá fui encontrar a foto que ilustra este “post” e que já tem a bonita idade de 37 anos e vai já a caminho dos 38, que completará em Abril deste ano.
Embora não querendo ser repetitivo, não posso, no entanto, evitar de recorrer a velhas frases feitas, que são os nossos adágios populares. Entre outros mais, há um que diz: “Recordar é viver” e, bem vistas as coisas, o nosso povo, em questão de “ditos” e “adágios” é, na verdade sábio e nada do que diz é mentira, nem deixa de revelar uma certa “filosofia” que lhe é muito peculiar e a prova do que digo é estoutro ditado que diz “Voz do povo, é voz de Deus”.
Mas como não vim aqui para fazer panegírico dos “Ditados Populares”, vou limitar-me a expor o que tinha na intenção escrever e, assim vamos aos factos que interessam:
A foto que agora coloco neste “post”, todos vós a conheceis ou, pelo menos, recordar-vos-eis dela, foi tirada na Parada Interior do RAL-3 e, parece-me, no dia em que foi entregue à Companhia o seu Galhardete ou então no dia em que embarcámos em Lisboa, no Aeroporto de Figo Maduro, com destino à RMA. Após uma análise exaustiva ao Álbum da CArt 3514, verifiquei que esta foto não estava lá incluída e resolvi inseri-la no nosso Blogue.
Fazendo a esta distância de tempo uma análise municiosa à presente foto, identifica-se nitidamente e em primeiro plano, o Sr. Alf. Rodrigues, comandante do 1º.GC e, atrás dele o autor deste “post”, com o Galhardete ao ombro e que, das duas uma: ou está com o “passo trocado” ou então está ele com o “passo certo” e estão errados todos ou outros!...Mas confesso, devo ser eu quem está mal, mas isso deve-se, certamente, não a “nabice” minha, mas sim ao “nervosismo” de estar, certamente, a pensar: “ Escapei da primeira e da segunda!...Será que vou escapar desta?...” Continuando a descrição da foto, logo atrás da minha pessoa, vêm as praças do 1º.GC, das quais só consigo reconhecer o Cabo Amorim, que vem na fila do meio do Pelotão (Este era o Escriturário do Comando, que era quem dactilografava os Relatórios dos Trabalhos de Estrada e outros que lá se faziam). Lá mais atrás e fora da formatura, distingue-se, perfeitamente, o nosso Camarada Furriel Milº Carvalho, com pose bastante marcial.
Quanto ao restante pessoal, não recordo os seus nomes, mas apenas os traços fisionómicos. Que me perdoem pelo facto de assim ser, mas não resisto a dar mais uma sentença popular: “É mais fácil muitos reconhecerem um, do que um reconhecer muitos”.
Este já está a ficar algo longo e não é minha intenção estar a martelar-vos a paciência com um dilatado sermão!...Assim vou encerrar este arrazoado, para que se não torne maçador e fastidioso, pois não é essa a minha intenção. E termino, finalmente, com o envio de cordiais saudações para os restantes colaboradores deste Blogue, para todos os restantes elementos da ex-CArt 3514, cuja memória não morrerá nunca enquanto viver um de nós e, por fim, a todos os eventuais visitantes do mesmo, quer estejam em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo.
Para todos, um até breve e um grande abraço do Camarada, Botelho

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A Malta vai "Ressuscitando"

Há dias falei com o Joaquim das Neves Tavares
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Imagem em frente ao kimbo das transmissões na Colina do Nengo com: Carlos Manuel Monteiro (1), César Correia e Joaquim das Neves Tavares.
Há uns meses que tentava entrar em contacto com o nosso companheiro e telegrafista Joaquim das Neves Tavares, depois do Moreira Barraca me informar que morava no concelho de V. N. de Gaia, mas numa freguesia vizinha, depois de sinalizado e após alguns desencontros, consegui contactar com este antigo camarada de armas e atleta da nossa equipa de futebol.
Recordamos tempos idos, falamos dos almoços e convívios já realizados, do pessoal, da tentativa de localizar e promover contactos com a rapaziada através do Ponto de Encontro, da prometida visita do Freitas para lhe mostrar o DVD do convívio realizado em Maio do ano passado em V. Franca de Xira, a promessa da sua presença em Setembro e um grande abraço a todos os companheiros da 3514.
(1) Este antigo Camarada está emigrado em França há muitos anos é da zona de Pessegueiro do Vouga mas desconhecemos o seu contacto.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Lumbala Nguimbo



O governador provincial do Moxico, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, está desde hoje, sexta-feira, de visita aos municípios dos Bundas e Luchazes, para se inteirar do grau de execução das obras sociais em curso naquelas circunscrições.
Segundo o programa de visita, o governante vai se deslocar às comunas do Ninda, Lutembo e Luvuei (Bundas), bem como Cassamba (Luchazes), localidades onde estão a ser instalados sistemas de captação e distribuição de água e um centro de saúde, respectivamente.
Na digressão que termina domingo, em Lumbala-Nguimbo e Cangamba, ao sul da província, João Ernesto “Liberdade” avaliará os programas de execução com os Fundos de Gestão Municipal.
Ainda no Lumbala-Nguimbo será entregue uma viatura ao rei dos Bundas, Mwe Mbandu III, depois de um encontro com as autoridades tradicionais daquela circunscrição que dista a 356 quilómetros do Luena.
noticia AngolaPress

domingo, 3 de janeiro de 2010

Rectrospectiva

Em jeito de balanço concluímos que valeu a pena a criação desta página de memórias vividas nas “Terras do Fim do Mundo” em Angola.
Criamos raízes, hábitos e rotinas, em ano e meio 10500 visitas, com Portugal no topo seguido do Brasil, EUA e Angola, com mais de setenta Países dos cinco Continentes.
Reencontrámos através da net. companheiros da Cart 3514, e também da C.constr.1708, Ccaç 3370, Bcav 3862, Pad 2096 e Pad 2285, Bart.6320, da Força Aérea, que trilharam os mesmos caminhos, que vislumbraram as mesmas paisagens ao longo da guerra colonial, trocámos vivências e informações..!
O espólio fotográfico existente é o espelho do nosso passado, cada imagem tem uma história adjacente, fixa memórias, transporta a mente para além do imaginário, reconstrói pontes e caminhos, hoje a muitas léguas de distância quando leio uma imagem nunca esqueço, os “cameramens” Eduardo Barros, Araújo Rodrigues, Costa e Silva e o António Oliveira que estiveram por trás da objectiva captando e retratando os momentos que marcaram esta etapa das nossas vidas..! Com os álbuns do Manuel Parreira, Serafim Gonçalves e Bernardino Careca e a colaboração de todos, vamos mantendo viva a chama e a imaginação, reescrevendo as nossas estórias, os desabafos, as frustrações, e as alegrias de então.
O Blog é um meio acessivel de contacto entre todos seja em Angola ou nos EUA em Paris ou nos Açores, no Minho ou no Algarve.
Continuamos empenhados em chegar aos nossos antigos camaradas de Cabo Verde.
Estamos em contacto com um possível correspondente em Lumbala Nguimbo para nos enviar noticias da evolução da antiga vila de Gago Coutinho, ou melhor estamos á espera que o “penfriend” e futuro colaborador Sr. Izamba Kapalu regresse ao Hospital Geral de Lumbala Nguimbo onde está colocado como Funcionário do Ministério da Saúde, mas actualmente deslocado no Brasil a frequentar um estágio na sua área profissional.
"Compagnons de route" obrigado pela participação e contribuição na edição desta página dedicada aos nossos camaradas, panteras negras e suas familias, pela amizade e empenho desde o "meu assistente" Botelho ao Soares, Neca, César e por último ao Arlindo Sousa um grande abraço.
A finalizar uma referência ao Fernando Carrusca e Família, pelo trabalho e dedicação na realização do nosso convívio e a grata satisfação de reencontrar, 35 anos depois o 1ºsarg. Octávio Botelho de S. Miguel, o algarvio Liberto Horta Rodrigues, o Manuel Inácio Ângelo do 4ºG, o Ricardo da Conceição do 1ºG, o António Ferreira Galvão clarim e por último o fur. Manuel Cardoso da Silva que foi o primeiro a confirmar a sua presença em Fátima. Em Setembro de 2010 há mais alguns ressuscitados que entretanto conseguimos localizar, o César Castro do 1ºG, Moreira Barraca do 3ºG, o padeiro, António Freitas, Fernando Pereira Rego, Op.cripto, Joaquim das Neves Tavares, trms, Manuel Francisco Alves do 2ºG e o algarvio Joaquim da Cruz Pimenta, que já demonstraram vontade de estar em Fátima em Setembro de 2010.
Adeus até ao meu regresso

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Aditamento ao "post" anterior

A imagem incluída no "post" anterior tem como personagens, aliás bem conhecidas de todos, o autor do mesmo e o Camarada João Moniz Medeiros e deve ter sido tomada no "quimbo" dos Furriéis, em data imprecisa, pois na parede constam uns artefactos de guerra que, em nenhuma das minhas comissões anteriores, queria próximo de mim!...Trata-se das GMOf que eram lançadas com a G-3.
Um abraço.
Botelho

Ano Novo 73/74 - Nengo - Leste de Angola

Apesar de há poucos dias ter passado por aqui, peço-vos que tenham um pouco de paciência para aturar-me por mais um pouco!...
Neste momento a minha aparição deve-se à época que presentemente decorre e que é, como é evidente, o início do novo Ano de 2010, que mal começou a sua existência e, como é da praxe, costumam ser apresentados aos amigos, parentes e afins, os tradicionais votos de Feliz Ano Novo!...
Quero cumprir essas tradições, mas para já, não neste momento, pois reservo para o fim deste texto, a satisfação dessa obrigação.
Nesta altura, a minha primordial intenção é reviver e recordar tempos passados, em especial o fim de ano de há 35 anos!...Sim!...Precisamente esse em que, decerto, estão a pensar tal como eu!... O de 73/74, que consta na epígrafe deste “post” e que me leva a parafrasear o poeta Augusto Gil, na sua “Balada da Neve” em que diz, ao ver a neve a cair, através da vidraça da sua janela: “E que saudades, Deus meu!...”
Mas digo já, para não dar lugar a eventuais equívocos, que as saudades que sinto daquela era, não é dos sacrifícios que nos custavam o deixar para trás, família, lar, comodidades das nossas casas e tudo o mais, que seria supérfluo enumerar aqui e agora!...Saudades sim, da camaradagem, da juventude que se afastou a passos largos, da saúde que nessa altura era de “ferro” e que, talvez, por isso mesmo, tenha dado origem à actual “ferrugem” que, de um modo geral, afecta quase todos aqueles que, como eu e vós, viveram e passaram por aquelas “aventuras”. Mas, enfim, o passado já lá vai e não compensa pensar naquilo que mais nos afectou, de uma maneira ou de outra.
Assim vamos para o lado mais alegre desses conturbados tempos e recordar, sim, pois diz o velho e sábio adágio popular que “Recordar é viver” e, sendo assim vivamos pois, recordando episódios inesquecíveis ocorridos naquele Fim de Ano.
Estou e recordar-me de certo camarada, conterrâneo meu, que como quase todos nós, se encontrava num tal estado de “euforia”, que cantava a plenos pulmões que, por acaso, eram bem fortes e arrisco a dizer que, naquela época eram, certamente, mais fortes do que serão hoje. E então, esse meu compatrício, cantava uma canção que, ainda hoje, recordo como se a ouvisse ontem e que era assim:
O Ano Novo,
Surpresa é
E ninguém adivinha!...
É como o ovo,
Pode ser galo,
Pode ser galinha!...
E foi este refrão repetido continuamente durante toda a noite, até que se foi deitar já em madrugada avançada.
Que me desculpe o cantor daquela época por revelar, aqui e agora, o seu nome, uma vez que não estou fazendo denúncia de um acto privado e sim de um acto público e que nada tem que o envergonhe ou lhe cause qualquer prejuízo seja de que ordem for!... Aqui vai a revelação da misteriosa personagem: O cantor era, e é ainda hoje o nosso comum camarada e meu compatrício João Moniz Medeiros que, apesar de vivermos numa pequena ilha, poucos contactos tenho tido com ele!... Desde que saímos dos longínquos recônditos do Leste de Angola, apenas nos encontrámos umas três vezes, a última das quais, nas proximidades da minha residência, na freguesia de Ribeira Seca, conjuntamente com o Camarada Soares. Espero que não fique de mal comigo por esta inócua revelação.
Este já vai longo e, por isso, vou terminar e, agora sim, vou apresentar a todos os Colaboradores deste Blogue, todos os Camaradas “Panteras Negras” e familiares, assim como aos seus eventuais visitantes, os melhores desejos de que o “recém-nascido” Ano de 2010, seja bem melhor que o “falecido”, “enterrado” e de “má memória”, em alguns aspectos, Ano de 2009 e que seja repleto das maiores prosperidades, com muita saúde e paz.
Para todos, vai ainda um grande abraço do Camarada.
Botelho