o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Reportagem do Convivio Vila Franca de Xira 2009

As restantes imagens do evento podem ser vistas clicando no link Convivio 2009 na barra lateral direita

Fernando Carrusca na companhia do decano da Cart3514 o nosso amigo açoriano 1º Sargento Octávio Barbosa Botelho natural da linda ilha de S. Miguel

Chegada á Quinta da Florença

Chegada da familia Abreu, "Zé tens um neto maravilhoso"

Esposa Filha e Neta do Paulo Ribeiro, parabéns Paulo.

César Correia e o seu benjamim, como o tempo passou tão depressa..!!

Dois simbolos da nossa companhia o Sr. Milo e Sr. Beja

Recepção á familia do nosso saudoso amigo Zé Abreu, que nos honrou com a sua presença, em nome de todos os camaradas, "O nosso muito obrigado por essa tão grande lição de amizade."

M. J. Oliveira com ex. Cmdt. da Cart3514 Rui Crisóstomo dos Santos

Quarto grupo em peso, Mauricio, Monteiro, Raúl Sousa e Eduardo Barros

Praça de Toiros Palla Blanca, ponto de encontro do convivio 2009

Passeio nas ruas de Vila Franca de Xira

Palestra de boas vindas, na visita ao Museu de Vila franca de Xira

Chegada á Quinta da Provença: Dias Monteiro Carvalho, Pinto, Carreira, Parreira, Rui Crisóstomo dos Santos, Costa e Silva e Rodrigues

Gonçalves, Oliveira, António Duarte, Fernando Carrusca, Hélder, Ângelo e Botelho no beberete que antecedeu o almoço na Quinta da Provença em Casais Novos - Alenquer

Foto de familia dos companheiros presentes

Foto das companheiras
Foto de Familia da Cart3514
António Duarte, Fonseca de Melo, Domingos Gaspar e Esposas
Na mesa dos "solteiros" Mauricio Ribeiro, Raúl Sousa, Costa e Silva, Octávio Botelho, Rui Crisóstomo dos Santos, Manuel Araújo Rodrigues e Dias Monteiro

Bernardino Careca na companhia da Familia Abreu, Esposa, Filhas Genros e Neto

Elisio Soares com Manuel Cardoso da Silva, Carlos Diogo, Fonseca Marques e Esposas

Carmo Júnior, Daniel Venâncio do Carmo, Parreirinha e a esposa Quinha, na companhia dos alentejanos, Manuel Ângelo, António Carocinho e Lopes Oliveira "MILO"
Paulo Ribeiro, Esposa, Filha e Neta na companhia de Hélder Ramos Santos, Fernando Carrusca e Esposas
Esposa de Mauricio Ribeiro à esquerda, Manuel José de Oliveira, André Águas, Porfirio Gonçalves e Esposas
Atanáxio Vieira, Eduardo Barros e Esposas
César Correia Na companhia da Esposa, Filhas e Neto
João Ricardo Conceição e Esposa com António Manuel Matos, Esposa, Filho, Nora e Neta
Ermandino Nunes e Esposa e Serafim Gonçalves com a Esposa Filhas e Genro
António Ferreira Galvão, Carvalho, Manuel Parreira e Esposas
Costa Carreira e Esposa, Artur Fogeiro e Esposa, Manuel António Oliveira Esposa e Filho (1)
António Pinto e Liberto Horta Rodrigues com a sua Familia
Filhas, Genro e Netos de Fernando Carrusca

E finalmente o bolo e o champanhe a fechar este maravilhoso encontro com a Familia Carrusca que tanto trabalharam em prol deste evento

(1) Ao Manuel António de Oliveira as minhas desculpas pelo lapso, "Ver comentários"

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Uíge 22 Maio 2009

De Arlindo de Sousa
Olá Carvalho votos de uma boa tarde para ti e toda a tua família! Agradeço e retribuo esse abraço de amizade que espero dar pessoalmente no próximo mês, por ocasião da minha passagem aí em Lisboa. Neste momento encontro-me em Angola mais propriamente no Uíge, onde a chuva teima em continuar, apesar de toda a gente dizer que a época acaba a 15 de Maio. São Pedro deve andar com o calendário desactualizado, ontem fez aqui uma trovoada de respeito, à moda antiga..! A net aqui é muito lenta, é wireless, a velocidade máxima de download que consegui foi de 20 kbs..! Saudades dos antigos modems de 56 kbs..! Sempre que puder darei sinais de vida e tu manda-me o teu nº de telefone pois assim quando chegar aí, poderei ligar-te e combinarmos um encontro para almoçarmos juntos em qualquer lado para actualizar a conversa..! Já sei que o convívio deste ano foi um sucesso, quem sabe se no próximo ano poderei organizar as coisas de modo a participar também.
Um abraço a todos.
Arlindo Sousa
nr. Arlindo vais-me desculpar a ousadia, mas não resisti em publicar o teu Email, pois todos os camaradas gostam de saber noticias uns dos outros, e tu fazes parte do corpo e da alma deste memorial desde a primeira hora.

Documentos D´Outrora

Há dias quando pesquisava a correspondência, enviada de Angola nos anos 72/74 aos meus familiares e que guardei religiosamente até aos dias de hoje, encontrei este telegrama que faz parte da "estória" da nossa companhia e de todos nós em particular.
Foi enviado de Gago Coutinho a 25 e eu saí no dia 28 de Maio 74 do destacamento do Nengo em M.V.L com destino a Luanda, acompanhando a bagagem individual do pessoal da companhia, da qual fui responsável pelo transporte até Lisboa, efectuado por via marítima a bordo do velho navio Timor.
"Suspende correspondência, segue carta, breve regresso. Beijinhos - António Carvalho" sic.
Uma particularidade da Estação dos Correios do Entroncamento, o telegrama está carimbado com a curiosa data de recepção 21.5.63, o que não é de admirar, pois esta vila era conhecida a nível nacional como a terra dos fenómenos.
Adeus até ao meu regresso...!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Marcha da Despedida

Na imagem a chegada dos maçaricos à colina do Nengo em Junho de 1974 em rendição da Cart3514 com o Cardoso da Silva e o Diogo na recepção aos novos camaradas. "Foto do álbum do Eduardo de Barros"

Nas as Terras do fim do Mundo, algures no Leste de Angola, não era poeta quem queria , mas sim quem tinha veia para isso.
Foram três meses de mata-bicho, que mais pareceram três anos, para além dos dois anos de comissão, que o Poeta se inspirou ao longo dos percursos do dia a dia, onde nasceu esta marchinha dedicada aos maçaricos que nos vieram render.

Marcha da Despedida
Os Maçaricos vão gostar de morar
Nas casernas que vamos deixar
Vamos embora eles ficam sós
Fartos desta guerra já estamos nós

Aqui vai a Artilharia
A marchar sem parar
Ai se chega aquele dia
E nunca mais aqui voltar

Os Maçaricos vão gostar de morar
Nas casernas que vamos deixar
Vamos embora eles ficam sós
Fartos desta guerra já estamos nós

Do Nengo para o Chiúme
Passa-se á curva da morte
Para passar 27 Meses
Foi preciso muita Sorte

Os Maçaricos vão gostar de morar
Nas casernas que vamos deixar
Vamos embora eles ficam sós
Fartos desta guerra já estamos nós

sexta-feira, 22 de maio de 2009

IV Convívio (35º.Aniversário de Desmobilização da Cart3514 - Panteras Negras)

Na imagem Mauricio Ribeiro, Octávio Botelho, André Águas, Serafim Gonçalves e Manuel Parreira na Quinta da Provença em amena conversa antes do almoço.
Após muitas hesitações, devido ao meu estado de saúde que me obriga a rigoroso controlo horário de refeições e tomas de medicamentos para uma série de maleitas que não têm outra solução senão aquelas, decidi lançar-me na aventura de deslocar-me do meio do Atlântico, para o extremo ocidental da Península Ibérica, mais precisamente para o rectângulo extremo continental da Europa, mais conhecido como Portugal Continental, por via aérea. Assim, no dia 15 deste mês, após um vôo de cerca de duas horas, lá estávamos eu e os meus companheiros de viagem a aterrar no Aeroporto da Portela, onde estive empatado à espera da minha pouca bagagem, durante cerca de três quartos de hora!...
À minha espera, no parque de estacionamento do Aeroporto, estava o meu antigo "braço direito", o meu antigo escriturário, António Carrusca que, ao lhe ser por mim comunicada a adesão em participar no convívio por ele organizado, muito gentilmente, se prontificou a transportar-me dali até ao Monte da Caparica, onde reside uma minha irmã.
Não quero deixar de manifestar que o momento do nosso encontro naquela ocasião, foi como que uma explosão de sentimentos em que acabámos os dois quase a chorar como dois tontos, sendo eu o maior deles, por ser o mais velho!... Mas enfim!...Que se havia de fazer?...As coisas são assim mesmo e contra isso, nada a fazer!...Lá nos acalmámos os dois e antes de irmos para a margem sul, tivemos outro encontro com um camarada da CArt 3514, com mais uma efusão de abraços!... Desta vez, era o Carocinho que estava num qualquer Hospital com um cliente de Beja, que ele tinha transportado para Lisboa no seu Táxi (é taxista lá no seu Baixo Alentejo). E foi este o segundo antigo Pantera Negra com quem me encontrei, mal cheguei a Lisboa. Em seguida, lá rumámos à margem sul do Tejo, até à casa da minha irmã, onde pernoitei!No dia seguinte (l6), logo de manhã, lá estava de novo o Carrusca a ir buscar-me, para me transportar até à Praça de Touros de V.F.de Xira, onde se fez a concentração de todos os Panteras Negras e, aí, de novo, mais uma maré alta de emotivos sentimentos ao reencontrar os que já ali se encontravam!... Muitos deles, reconheci-os imediatamente!...Mas outros e não poucos, se não me dissessem o nome, não os reconheceria!... E, muito engraçado, todos eles, sem excepção, me reconheceram logo, pois a minha chegada foi mantida num relativo secretismo de maneira que, muito poucos tinham conhecimento de que eu iria estar presente naquela comemoração.
Depois de todos presentes, deslocamo-nos a pé, com destino ao Museu Tauromáquico da Vila, onde um dos funcionários nos fez uma breve resenha histórica do Museu. A visita foi feita sem acompanhamento, dado o grupo ser numeroso e não ser prático fazer-se visita guiada. Percorremos livremente todo o museu e no fim, foram entregues a cada visitante uma pequena lembrança contendo 3 livros intitulados "Ofertas Históricas Relativas à Povoação de V.F.de Xira para Instrução aos Vindouros", de João José Miguel F.S.Amaral, "Senhor da Boa Morte, da C.M. de V.F.de Xira" , "Joaquim Soeiro P.Gomes, de Gérard Lacaze e ainda quatro prospectos turísticos sobre a região.
Após a visita ao Museu, foi organizada uma caravana auto, da praça de Touros, em direcção à Quinta da Provença, Casais Novos, Alenquer, aonde chegámos cerca do meio-dia, à nossa espera, inúmeras mesas carregadas de aperitivos regionais, com um aspecto de se lhes tirar o chapéu e bastante apelativos e que, só eles, davam para uma refeição completa!... Após um curto intervalo, lá fomos conduzidos à sala de Jantar, desta vez para atacarmos um creme de peixe e mariscos, bastante agradável, e vinhos da região, à discrição (branco e tinto)!... Seguidamente, um excelente creme de bacalhau com salada, como prato de peixe e, finalmente, um lombo de vitela à São Miguel, de cujo acompanhamento fazia parte o ananás, que lhe dava o nome com que o apresentavam e me fez presente a minha terra natal!... Seguidamente, uma sobremesa e café...
Para animar o ambiente, uma artista, música e cantora em simultâneo, tocava no palco um órgão electrónico e alternadamente um acordeão, este último, a circular pelo meio das mesas da sala de jantar, com paragens curtas junto de cada mesa.
Num dos cantos da sala, foi montado um écran em que eram projectadas imagens fotográficas do Leste de Angola tiradas em 72/74, por elementos da CArt 3514, alternadas com fotos de V.F.de Xira. Durante a execução das músicas, que passaram aos ritmos modernos e clássicos (valsa, tango, etc), lá foram os casais presentes dar o seu pèzinho de dança ,contribuindo assim para uma maior animação do ambiente!...
Lá pelo meio da tarde, é apresentado um lauto buffet, com vinhos generosos, tartes doces e salgadas, tortas diversas, etc, etc.,...
Perto do fim, e para um remate condigno de tal comemoração, não faltou um enorme bolo decorado com o Brasão de Armas da Cart 3514, regado com o indispensável espumante, com que se fizeram os indispensáveis brindes.
Foram também entregues a todos os presentes, Diplomas de Presença no Convívio, acto este até agora inédito nos que até agora decorreram.
Procedeu-se também , durante um curto discurso de circunstância proferido pelo ex-Cmdt da CArt 3514, que esteve presente no evento, um minuto de silêncio em memória de um dos elementos ausentes, por falecimento, o saudoso José Abreu!... De assinalar a presença da sua viúva e filhas que não quiseram deixar de estar presentes para marcarem com a sua presença, a do seu falecido e saudoso esposo e pai. De assinalar que foi um dos momentos mais emotivos do convívio, que a todos, de um modo geral, atingiu.E, finalmente, para encerrar este Convívio, foi feita a passagem do testemunho para o próximo convívio, em que foi anunciado que o próximo encarregado deste evento será o nosso Camarada António Carvalho.
E agora, para terminar, quero agradecer de coração a todos os Camaradas da Cart3514, em geral, o carinho e amizade que me manifestaram durante este convívio e agradecer, em especial, ao meu ex-Escriturário António Fernando G. Carrusca, toda a atenção e serviço que me prestou e pelo qual lhe estou profundamente grato.
Quanto à minha presença no próximo convite, ainda é cedo para me decidir e não prometo nada para não faltar. Mas desde já posso dizer que vontade não me falta e só por total impossibilidade é que faltarei.
Termino enviando para os colaboradores deste Blogue um grande abraço e para os eventuais visitantes os meus cumprimentos.
Octávio Botelho.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Amizades Que o Tempo Não Destrói

De Alexandra e Vânia Abreu (filhas de Zé Abreu):
Palavras amigas.
Foi sempre com alegria, saudade e algum secreto orgulho que o meu pai, nos habituou a ouvir, as suas, as vossas, "histórias", em terras de Angola. Muitos chamaram-lhe guerra, mas o meu pai dizia apenas: "Quando eu estive em Angola..." Nomeava-os a todos em cada fotografia do seu álbum de recordações. Ao falar em todos vós, dirigia-vos uma grande amizade, sempre muito emocionada. Era com grande felicidade que vinha aos convívios realizados, na ânsia de encontrar (reencontrar) sempre mais alguns dos seus camaradas. As lágrimas inundavam-lhe a face cada vez que os via e ouvia pelo telefone, e acredito que hoje também onde quer que esteja. Obrigado por gostarem tanto dele, como ele vos adorava a todos, permanecendo assim inesquecível na memória de todos os que com ele privaram. Sei que se tivesse tido oportunidade de se despedir de vocês o faria, simplesmente:
"Até amanhã CAMARADAS"

Agradecimentos

De Fernando Carrusca
Amigos, companheiros e seus familiares:
Começo por vos pedir desculpa, se algo correu menos bem na realização do nosso almoço e convívio anual.
Julgo ter cumprido esta honrosa missão, de louvável sucesso, com a colaboração da minha Esposa, Filhas e Genros, é importante salientar.
Agradeço o companheirismo da vossa presença nesta 4ª edição, os quais espero voltar a rever no próximo encontro (36º aniversário) em 2010 na cidade de Torres Novas, a cargo do nosso amigo Carvalho, fazendo votos que os camaradas que este ano não puderam comparecer, e aqueles que por motivos vários nunca confraternizaram nos nossos encontros, nos honrem com a sua presença.
Emocionado fiquei quando me desloquei ao aeroporto da Portela, para receber o decano da companhia, 1ºSargento Octávio Botelho e poder dar-lhe um forte abraço de amizade sincera, pois como sabem foi o meu chefe directo, aliás, não um chefe mas sim um grande amigo que tive o privilégio de conhecer, e ao fim destes anos revê-lo e reviver o que com ele aprendi, pois todos nós sabemos o quão culto e dedicado este homem foi e é. Obrigado Amigo Botelho..!
Não posso de forma alguma deixar de fazer referência à presença da Família do nosso querido amigo "Zé Abreu", parecia que o "Zé" estava junto de nós, com tanta emoção emanada por todos e principalmente no abraço saudoso à sua Esposa.
A todos os camaradas, amigos e famílias do país inteiro (continente e ilhas) que visitaram a minha cidade, Vila Franca de Xira, assim como ao nosso querido Manuel A. Oliveira e sua Esposa que se deslocaram propositadamente de França até nós, o meu eterno obrigado.
Agradecimento não menos importante de referir, a todos os que colaboraram directa ou indirectamente com a organização:
Câmara Municipal de V. Franca de Xira, na pessoa do Dr. Paulo Silva;
Ao Carvalho que me ajudou na elaboração do croqui de localização;
Ao António Duarte e Paulo Ribeiro pela atenção e disponibilidade em ajudar no que fosse necessário;
À Sílvia que abrilhantou a nossa festa musicalmente;
À Quinta da Provença e seus prestáveis funcionários;
À equipa de fotografia pelo seu profissionalismo.
Para terminar e já sem palavras que possam expressar a minha felicidade, a todos o desejo de vos reencontrar por muitos e muitos anos e recordar a amizade nascida entre nós em terras do Ultramar. Despeço-me com a consciência do dever cumprido no trabalho dedicado a este convívio.
"Aquele Abraço"
Fernando Carrusca

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Convivio Anual da Cart 3514

Realiza-se amanhã dia 16 Maio o 4º convívio anual, com um almoço de confraternização na Quinta da Provença em Casais Novos, no concelho de Alenquer, na qual gostaríamos de encontrar todos os camaradas que connosco privaram em África, para dar aquele sentido e apertado abraço, recordar os que por motivos vários não podem estar presentes e homenagear os Companheiros de Armas que infelizmente já partiram, mas que continuam bem presentes na memória de todos nós.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Lumbala Nguimbo


MPLA prepara militantes para VI Congresso
O Comité Municipal do MPLA nos Bundas (Moxico) capacitou quinta-feira última, na vila do Lumbala Nguimbo, os seus militantes, sobre o processo orgânico do VI Congresso, conferências e assembleias das estruturas intermédias. Na ocasião, o coordenador do grupo de acompanhamento do comité provincial ao município dos Bundas, Baptista Paulino, que orientou o seminário metodológico, explicou aos militantes os documentos que regerão a realização das conferências e assembleias de balanço e renovação de mandatos. O regulamento eleitoral, avaliação dos membros, selecção de candidatos para os órgãos colegiais e participação dos militantes, foram entre outras questões abordadas no seminário. Por outro lado, o comité municipal reuniu um dia antes em sessão plenária para balancear as actividades realizadas no ano passado e perspectivar acções futuras. O primeiro secretário municipal, Augusto Júlio Kuandu, que orientou os trabalhos instou os militantes a participarem activamente nas actividades programadas pelas estruturas superiores do partido e do governo.
noticia AngolaPress

domingo, 10 de maio de 2009

Lumbala Nguimbo

Elefantes e Leões aterrorizam camponeses da comuna de Sessa
Uma manada de elefantes está a destruir culturas agrícolas na povoação de Lucula, a 23 quilómetros da sede municipal dos Bundas (Lumbala-Nguimbo), província do Moxico, disse hoje, sexta-feira, à Angop o seu administrador, Augusto Júlio Kuando.
De acordo com Augusto Júlio Kuando, uma manada de elefantes com cerca de 30 animais e respectivas crias estão a devorar muitas lavras, situação que preocupa os camponeses e as autoridades locais.
O administrador disse que na presente época agrícola os camponeses esperavam uma boa colheita de milho, mandioca, amendoim (ginguba), massango, massambala, melancia, feijão e outros produtos agrícolas. Face à situação, o conselho municipal reuniu hoje para estudar a transferência dos 100 habitantes para uma localidade com maior segurança. Na comuna de Sessa, no mesmo município, camponeses deixaram de ir às lavras há um mês, devido a presença de leões que rondam as áreas de cultivo, indicou. “A população da comuna do Sessa está a passar dias difíceis sem alimentos”, lamentou o administrador, pedindo apoio para as comunidades.
noticia AngolaPress
nr: (A aldeia do Lucula fica situada entre Sessa e Chemboca na margem do rio Lucula, afluente que desagua na margem direita do rio Luanguinga muito próximo e a montante do local onde estava a sede da Cart3514.)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Fraterna e Sentida Homenagem


Relembrar o camarada Ernesto da Silva Gomes.
- 1º Cabo, natural de Vermoim no concelho da Maia, mobilizado para a RMA pelo R.A.L.3 em Évora, incorporado na Unidade Operacional Cart3514, desembarcou em Luanda no dia 03 de Abril de 1972. Faleceu na tarde de 7 de Maio de 1972 por congestão e afogamento na comuna do Lutembo onde estava destacado operacionalmente o 3º Pelotão e da qual o Ernesto fazia parte.
Foi o primeiro amargo de boca que abalou a moral da rapaziada, com apenas um mês e poucos dias no leste, perdemos este amigo e companheiro num imprevisto e estúpido acidente. Nessa manhã de domingo um misto da Companhia deslocou-se ao Lutembo, para defrontar o 3º Pelotão numa peladinha de futebol na qual o Ernesto também participou, terminado o jogo fomos tomar banho ao rio como era habitual, um local bastante aprazível e seguro, uma linha de água com uma dezena de metros de largura por um e tal de fundo, corrente fraca, com a margem acessível naquele local. Depois regressámos à sede da companhia em Luanguinga. Ao final do dia a triste notícia crua e nua, o Ernesto tinha desaparecido no rio a tomar banho com os colegas a meio da tarde, sem que alguém se tivesse apercebido do incidente. Apesar do empenho e esforço de todos os companheiros, batendo o rio ao longo das margens, caiu a noite sem o corpo aparecer, no outro dia recorreram aos fuzileiros que se encontravam destacados no Lungué-Bungo para dar uma ajuda com outros meios, os rios do leste correm serpenteando na chana no meio de muito vegetação, bissapas, caniço e capim o que dificultou bastante a operação de busca, por falta de visibilidade no fundo do leito, só na terça-feira o corpo do Ernesto foi resgatado a jusante do local levado pela corrente. Ao Ernesto e a todos os Camaradas que já partiram a nossa fraterna e sentida homenagem.
Um abraço

sábado, 2 de maio de 2009

Tudo o que é feito de coração aberto...

Todos fomos arrancados do seio da nossa família e no dia seguinte estavamos no quartel, vestidinhos com o mesmo uniforme. Meninos feitos homens rapidamente, quando esfregámos os olhos e acordamos já marchávamos a toque de caixa, todos alinhadinhos, com a espingarda encostada ao ombro.
Depois veio Évora e todos com a mesma idade, formamos a CART 3514, que tinha o destino traçado, bater com as costas em África -Angola. Teatro de guerra, e por isso, asssustadora e misteriosa. É assim que a CART, passou a ser uma família, numerosa e forçosamente com regras que todos íamos cumprindo da melhor forma que sabíamos e podíamos.
Foi num dia a seguir à Páscoa, tal como Natal também é uma festa de família, que quando o dia clareou estavamos em Luanda, com destino às Terras do Fim do Mundo. Os nossos parentes tinham ficado para trás. Ali nada podiam fazer por nós. A nossa família mais chegada, agora, eram os nossos camaradas que passariam 24 horas por dia, durante 27 longos meses ao nosso lado. A amizade, salvo raríssimas excepções, começou assim a “ser pura e dura “ como eram puros os sentimentos naquela idade.
Criar empatia e amizade, ser amigo não é coisa de um dia, são actos, palavras e atitudes que se solidificam no tempo e não se apagam mais. Ficam para sempre como tudo que é feito com o coração aberto...Um abraço e saudações fraternas a todos os Amigos da CART 3514.
Até Vila Franca de Xira.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Empatia dos Vinte Anos

Na messe do Nengo também reinava a boa disposição e alegria, com os camaradas César Correia, Inocêncio Carreira e João Medeiros acompanhando o Liberto Horta Rodrigues numa entrevista ao Jornal da Caserna. (Foto cedida por César Correia)

Ainda hoje tenho dificuldade em compreender a empatia e as relações de amizade criadas na idade dos vinte anos em África. Todos nós as fizemos ao longo da nossa existência, na escola, no local de trabalho, nas colectividades, no bairro da nossa residência, em locais de lazer e outros. Mas nunca como aquela “pura e dura” que construímos e cimentámos ao longo dos escassos dois anos e pouco que passámos juntos, nos momentos bons, maus e assim-assim da guerra colonial.
Mais de três décadas passadas, continuamos com a mesma simplicidade, a mesma linguagem, as mesmas alcunhas, as mesmas graçolas, as mesmas piadas, o mesmo escárnio sobre estórias, divergências e situações diversas vividas naquela época. Todos nós mudámos, evoluímos, envelhecemos, mas do espírito daqueles vinte anos, ainda vai existindo uma réstia em cada um de nós..!!
Adeus até ao meu regresso