o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

S. Silvestre em Cabo Verde

A S. Silvestre realizada no dia 27 de Dezembro na Ilha da Praia em Cabo Verde foi ganha este ano pela nossa conhecida amiga, Sandra Teixeira, atleta do Sporting Clube de Portugal e filha do nosso antigo camarada de armas Adriano Mendes Teixeira do 2º Gr. da Cart3514. para o qual vão os nossos parabéns por mais esta vitória na terra que a viu nascer, com um sabor especial.
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Sandra Teixeira entrevistada pela RTP após o final da prova
Para ver toda a reportagem aceder ao ao link, http://videos.sapo.cv/d0eY6EOsLyZjjlzUtC6Q

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ponte do Rio Nengo

Imagem da nova ponte sobre o rio Nengo e da placa de informação rodoviária, enviada há dias pelo Sr, JNLouro. Ao longe na confluência da estrada para Ninda com a  picada para a Pedreira do Nengo a nova aldeia do Nengo.
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Ponte do Rio Nengo - Dezembro de 2015, com posto de captação de água
Aldeia do Nengo junto à saída para a picada da pedreira na estrada para Ninda

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

100.000 Visitas

Ontem dia 17 de Novembro 2015, cumprimos mais um objetivo, atingimos 100.000 visitas ao nosso blog, pena que muitos dos nossos camaradas, não possam usufruir do espólio aqui postado, sejam documentos, fotos ou histórias de então, narradas nesta página, pois muitos não conseguem aceder á internet, por motivos vários. Aos nossos amigos que nos acompanham habitualmente ao longo destes anos um grande abraço.
DESTACAMENTO da CART.3514 na COLINA DO NENGO, entre LUMBALA NGUIMBO e NINDA

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Notícias de Lumbala Nguimbo

De LJM, Maio 2015
Caríssimos amigos da CART 3514, volto outra vez neste vosso blog para conviver convosco um passado recente, cheios de acontecimentos frescos que dá todo o paladar e todo o desenrolar da história colonial nesta Vila antes e depois da vossa retirada. A Vila de Gago  Coutinho Lumbala -Nguimbo na era colonial era constituído por 14 bairros: Chinhundo, Cerâmica, Nkalavanda, Mueliula, Samacaca, Mwe-Miuango, Nhacacunde, Mwe-Macai, Mwelionde, Nhachipango, Wachiya, Caxito e o bairro de Musseque. De momento a sede Municipal tem os seguintes bairros que descriminamos: Chinhundo, Cerâmica, Nkalavanda, Miuango, Nhacacunde, Macai, Ngola Yetu, Nhachipango, Caxito, Mwe-Mbandu e Catchana. No bairro Caxito vivia elementos da etnia Umbundu provenientes da províncias do planalto central nomeadamente, Huambo e Bié, eram grandes agricultores que nos anos 1946, provavelmente cruzaram o leste à procura de uma nova vida para sobreviver, iam para mineiros nas minas de ouro na África do Sul e outros iam  na Rodhésia do Norte  (Zâmbia) nas fazendas de tabacos e outros nos cereais e ao voltar não conseguiram atingir a área de origem por razões óbvias, a opressão colonial e as áreas de origem havia muitas bitacaias e portaram viver aqui na vila de Gago Coutinho.
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Ponte actual sobre o  Rio Luce, entre a antiga vila  G. Coutinho e Ninda
Na baixa do rio Lumbala no bairro Nkalavanda nomeadamente, havia um canal de rega, este irrigava a cintura verde onde havia pomares, onde se podia ver tipo de plantas como as laranjeiras, tangerineiras, limoeiros, goiabeiras mamoeiros e outro tipo de frutas. No decorrer deste conflito a cintura verde já não existe, tudo anda estragado a maioria dos cultivadores já são falecidos. Para os novos residentes não acreditam que esta área tinha frutas de qualidades. Conto-lhe um episódio que tenha me acontecido na idade de 5 anos, uma vez, por ter ouvido a fama de sopa, num dia desse eu acompanhei o meu irmão para o quartel onde se encontra a tropa Portuguesa, esperando a hora do almoço, infelizmente acontece um grupo dos rapazes, vulgo (Kasopeiros) numa tradução mecânica (amantes de sopa) envolveram numa confusão logo o Oficial Dia que estava de serviço tira a sua arma de fogo ameaça o grupo dos rapazes, isto para mim foi uma chega, tive que voltar para casa a correria, esta foi a primeira vez e a última entrar  no quartel com esta definida missão de comer sopa. 
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Ponte actual sobre o  Rio Luati, entre a antiga vila  G. Coutinho e Ninda
 No quartel havia alguns familiares que trabalhavam ai cito alguns nomes como por exemplo, o Sr. Miguel Montanha, Joaquim Cahiata e outros na FAP, o Sr. Manuel Livingui na cozinha, Gabriel Chissenda, Chipango, Kayeye, Kuenhe, Afonso Cahiata e outros distribuídos em vários Departamentos. Uma vez assisti um show acrobático ou o lançamento de tropa paraquedista, nascia o dia cheio de expectativas a todos os munícipes daquela era, os hélios sobrevoam e riscam o céu azul não demorou naquela tarde os paraquedas foram lançado a equipa onde se encontrava os militares destemidos daquela especialidade vinham alguns acertaram, cair no alvo ou na placa e pelo infortúnio de outros vieram cair no posto de abastecimento de água para o quartel isto é na ponte Lumbala. 
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Aldeia Caliangu l junto ao Rio Luati, entre a antiga vila  G. Coutinho e Ninda
Havia momentos de festa e distracção ou show de palhaços, o ritual de circuncisão o que se chama na língua local (mukanda) onde a batucada iniciava desde das primeiras horas do dia até ao pôr-do-sol, gente de semblante recheada de alegria, e me recordo havia momento em que a tropa portuguesa por curiosidade envolvia ou assistia esta palhaçada. Havia um dia, em que um soldado português pela curiosidade queria saber ou desvendar o segredo da tradição, na peça em referência o tropa imobilizou o Liquisi (Palhaço) para se identificar para tirar a mascara que estava coberto isto criou uma maka, o referido tropa apanhou uma chuvada de surra.  Epa, é tudo por hoje, muito agradecido por fazer parte deste blog, por poder compartilhar histórias e passagens de África com os meus amigos Portugueses, nomeadamente pela a dedicação a este local do leste de Angola e pelas memórias dum passado que nunca vão esquecer.
Vosso amigo -  L.J.M

quinta-feira, 11 de junho de 2015

4º Pelotão da Cart3514

No último encontro em Tomar o Luís Ferreira da Silva presenteou a rapaziada com uma foto do 4º Pelotão, que eu, há muito tempo, procurava nos álbuns de cada um. Mas agora quero aqui deixar um desafio ao pessoal, para tentarem identificar toda a gente na imagem, pois alguns estão bem diferentes, dos seus vinte anos.
1- Maurício Ribeiro, 2- José Maria Machado, 3- Gouveia Dias, 4- Luís Ferreira da Silva, 5- Furtado, 6- Trindade, 7- Manuel Soares, 8- Dimas, 9- Honorato Gomes, 10- Caeiro Santana, 11- Eduardo Barros, 12- Manuel Ângelo, 13- Joaquim Patrício Oliveira, 14- Teotónio Santos Guímaro, 15- Manuel Santos Roque, 16- José Pereira, 17- Albertino Grilo, 18- Fontes, 19- Quirino Gomes,  20- Manuel Jesus Pina, 21- Brandão, 22- Fernando Oliveira, 23- Augusto Silva. (Contagem da esquerda para a direita e de baixo para cima)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Convívio Tomar 2015

A Cart3514 realizou este ano o seu convívio  neste município situado á beira do Nabão, antiga sede da Ordem dos Templários, Tomar é uma cidade de grande encanto, pela sua riqueza artística e cultural, cujo expoente máximo assenta no Convento de Cristo, uma das mais importantes obras do Renascimento em Portugal.
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1-Parreirinha, Nunes, Pereirinha, M.A.Oliveira, Carvalho, Milo, Júlio Norte. 2- Maurício Ribeiro, Raúl Sousa, Ferreira Silva, Barros, Fogeiro, Lourenço Carmo, Águas, Paulo Ribeiro, Barata das Neves, Carrusca, Beja, Berinjel, Dias Monteiro. 3- Parreira, Borges, Dinis, Melo, Pinto, Arlindo Sousa, Ruivo, Pires, Dr. Rui Santos, Pereira Rego, António Oliveira, César Correia, Serafim Gonçalves, Gaspar, Costa e Silva, Hélder, Gonçalves Ribeiro, Marques. 4- António Duarte, Venâncio do Carmo e Porfírio Gonçalves
Qualquer que seja o motivo da vinda a este burgo, uma visita ao castelo templário para contemplar a obra monumental do Convento de Cristo, apreciar a charola, admirar o castro construído no século XII, que há época era o mais moderno e avançado dispositivo militar do reino, entrar no convento, descobrir preciosidades, como as representações no portal renascentista, a simbologia da Janela Manuelina da Sala do Capítulo, os pormenores de arquitectura do claustro principal e as dependências ligadas aos rituais templários, desfrutar num agradável passeio, a Mata Nacional dos Sete Montes, o rio Nabão, o mouchão, os jardins adjacentes, a tarambola, as pérgulas, as pontes e as ruelas é sempre um privilégio.
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Fomos recebidos pelo casal César Correia, nesta bonita região em plena festa dos Templários, o ponto de encontro estava marcado para o largo da estação, onde iniciamos uma visita guiada em mini-bus num périplo pelos locais mais emblemáticos da urbe, finalizando com uma visita ao Museu dos Fósforos. No mesmo local outro grupo de ex-combatentes, fazia o ponto de encontro, quando soubemos serem antigos camaradas da CCS do BCAV 3862, "Cavalo Branco" ao qual estávamos adidos, em Gago Coutinho, mundo é pequeno como se ousa dizer.
Estiveram presentes 41 camaradas num total de 86 convivas, duas estreias, Arlindo Machado Sousa, natural dos Açores, que veio da Califórnia nos EUA e também o  António Santos Borges, nascido em Cabo Verde, mas a viver actualmente em Lisboa, foram desta vez as estrelas da companhia.
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Em cima Carvalho, Lourenço do Carmo, Victor  Melo, Arlindo Sousa, e António Oliveira. Em baixo, António Pinto, Domingos Gaspar e António Santos Borges, todos antigos militares do 1ºGrupo
Ao final da manhã partimos para a Quinta da Gracinda, para o já tradicional golpe de mão, à nossa espera, um buffet de salgadinhos, rissóis, croquetes, presunto, queijos e grelhados degustados com uns belos brancos e verdes, seguiu-se  um excelente almoço na acolhedora sala de jantar do complexo com musica ao vivo, depois, doces, cafés, digestivos em bar aberto, as memórias e as histórias fizeram da tarde um momento de agrado, a finalizar, o bolo o champanhe, o hino da Cart, o abraço apertado.
PS.. Ao  César Correia e à Natália os louvores pela organização perfeita do evento, parabéns.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Noticias de Lumbala Nguimbo

Do nosso Amigo LJM, correspondente na antiga vila do leste de Angola. Tenho a lhe informar a matéria que o Senhor procurou do estado do Cemitério da ex-Vila de Gago Coutinho. O cemitério municipal de Lumbala-Nguimbo passou por várias situações desoladoras. Depois da independência foi usado pelos munícipes até em 1982, data da tomada do Município pelas tropas da UNITA, o local ficou desértico, foi usado pelas forças militares do Savimbe para esconderem as suas baterias antiaérea. Em 1992, aquando da implementação dos acordos da Paz de Bicesse o lugar teve algum momento de uso, mas não por muito tempo, devido ao seu estado de degradação, as autoridades locais arranjaram outra opção para enterrar os mortos fora do cerco, enquanto duraram as hostilidades, mas foi abandonado definitivamente a partir de 1998. Depois da chegada da paz definitiva em 2002, não se voltou a usar mais o cemitério, excepto em 2012, ano do enterro, dentro do cerco, do Príncipe do Rei dos Mbundas, mas a área continua desolada com falta de limpeza e conservação, apesar de agora ser  lugar de sepultamento, sómente dos elementos que fazem parte da corte real, estão ai sepultados os restos mortais do Regedor Nkalavanda e do Soba Catchana do famoso ex-bairro dos Musseque do tempo colonial.
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Estado do Cemitério dos Bundas em 2015
Quando aos restos mortais dos  Militares Portugueses tombado durante a guerra colonial, eles jazem ai em melhores condições. Se uma vez as autoridades Portuguesas ou os familiares dos falecidos pensar vir exumar, seus Heróis, será fácil o reconhecimento pois as campas continuam identificadas. É tudo que eu tinha a reportar sobre o estado do antigo talhão militar do cemitério e das campas com os restos mortais dos ex-combatentes portugueses,  envio esta imagem do estado  do cemitério dos Bundas. O Sr. Caioia, quero informar que já é falecido, morreu na África do Sul o ano passado pertencia ao Batalhão Búfalo, só tem família aqui nos Bundas. Depois vamos conversar, darei um muzimbu detalhado. Recebam aquele abraço do amigo que associa as vossas saudades, esperamos que o próximo evento de confraternização de mês de Maio de todo pessoal da CART  tenha sucesso.
Muito obrigado.
Atenciosamente
L.J.M

terça-feira, 19 de maio de 2015

Faleceu Carlos Alberto Martins Diogo


Faleceu Carlos Alberto Martins Diogo no dia 07 de Abril, ex. Furriel Miliciano Vago Mestre da Cart, 65 anos de idade, nascido em 1950, natural e residente na cidade de Tomar. Soubemos ontem da partida de mais este amigo de muitas jornadas, que eu muito prezava pelo seu carácter e amizade iniciada em Évora onde o conhecí, recordo aqui com saudade, as muitas viagens de fim de semana no seu velhinho carocha a caminho de casa, autenticas aventuras, naquela estrada sinuosa de Coruche para Almeirim, onde sempre fazíamos uma paragem obrigatória, na ida e na volta. Em nome de todos os camaradas "Panteras Negras", queremos associar-nos e deixar uma palavra de carinho aos Filhos, Esposa e restantes Familiares, expressar  a nossa tristeza e solidariedade, com os nossos mais sinceros votos de pesar. Queremos  reafirmar mais uma vez, que o Carlos Alberto Martins Diogo e todos os outros camaradas que partiram na frente serão sempre lembrados até que, a nossa memória se extinga.
Adeus até ao meu regresso

terça-feira, 17 de março de 2015

30 Maio 2015 - Convívio

Amigos e companheiros é com muito prazer que estou preparando o nosso convívio no próximo mês de Maio em Tomar, para o qual estão já todos "mobilizados", estou a ultimar o envio do convite  e solicito que não se esqueçam de responder com a vossa presença ao encontro anual, de acordo  com a vossa disponibilidade na companhia da família e amigos. 
Boa viagem
Abraço
César Correia

quinta-feira, 5 de março de 2015

A Malta vai Ressuscitando...!!


O António Borges em 1973 em Angola  e em  2015 na cidade de Lisboa
António Santos Borges, antigo militar do 1º Pelotão da nossa companhia, natural da Ilha de Santiago em Cabo Verde, acaba de dar à costa. Falei esta noite com o meu antigo companheiro de grupo, que me ajudou bastantes vezes a tratar da minha roupa e das minhas coisas. Continua com o mesmo sotaque, alguma gaguez, já de então, oh sr. carvalho estou surpreendido, já hoje falei com o sr. César Correia, há muito tempo que eu queria contactar os meus companheiros do Gago Coutinho, o nosso "Alferes" Rodrigues tenho muita saudade, os furriel Sousa do Açores, o nosso Capitão, quero muito poder ir em Tomar no almoço, visitar os pessoal todo, todo não, muitos já morreram...!! Mas quem efetivamente deu o contato do Borges foi esta tarde o João António Fontes,  da Ilha do Fogo, em conversa com o César Correia, por causa do convívio em Tomar, vamos ficar aguardar se conseguimos levar este antigo veterano da 3514 ao nosso encontro de 2015. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Convivio Tomar 2015

O 10º convívio da CART.3514 - Realiza-se este ano na bonita cidade de Tomar no dia 30 de Maio, evento a cargo do nosso camarada César Pereira Correia e da sua Esposa que gentilmente acederam na sua organização.
O Ponto de encontro será  no largo da estação da CP em  Tomar, onde iniciaremos, comodamente sentados no mini - comboio, um programa de visitas aos recantos paisagísticos da cidade assim como museus e monumentos emblemáticos dos templários. Depois na periferia do burgo a Quinta da Gracinda espera por nós para o habitual golpe de mão, convívio e boa disposição. Brevemente será anunciado e enviado via CTT com mapa das vias de acesso, ementa e preçários de forma a que cada qual possa organizar antecipadamente a sua viagem e estadia.
Adeus até ao meu regresso

sábado, 3 de janeiro de 2015

Mininos do nosso tempo

Estórias dum sobrevivente, no outro lado da trincheira,
Alguns dos meus velhos comentadores, que se debruçaram sobre os acontecimentos, da era colonial sobre a guerra, a vida e as formas, afirmaram positivamente os momentos solene em que eles se encontrava. Sob o mando do Administrador, "mais conhecido na era pelo Camuco" os cipaios tinham um papel preponderante na captura dos rapazes que faltava nas aulas, para ir comer a sopa nos tropa, uma vez capturados eram levados para a Administração e os Encarregados da Educação eram punidos severamente e levado na margem do rio Ninda, onde eram castigados durante uma hebdómada, com trabalho numa lavra de arroz. E por outro recorda-me que havia a separação das cozinhas, isto é no quartel, uma para os oficiais onde o cozinheiro - mor era o Sr. Mendes e não esquecendo do Sargento de nome Ana Dias. Falando um pouco do comércio, havia as lojas dos Comerciantes Europeus como a do Sr. Almeida, de nacionalidade portuguesa mas residente na África do Sul, junto com a esposa Dona Alzira  mais conhecida por (Nhamundengo) que já dominava a língua Luchazi, antes de falecer em Portugal, veio visitar a Vila de Lumbala-Nguimbo, no ano passado onde cresceu e viveu, tinha três filhos o Fernando, Neco e Jorge. Havia outros, o Fontes mais conhecido por (Sakurileno) tinha a sua esposa Maneca professora e a filha dele a "Minguta" o Sr. Pinto Martins (Chilengenha),  Sr. Simões, Sr. Armindo, Sr. Afonso, havia o restaurante do Sr. Castro onde havia entretenimento de matraquilhos e não só, e não deixo de mencionar o Bar e a serração de madeira do Cassunha. O Padre Agostinho e a irmã Maura da Igreja Católica e os professores da época o Sr. Barnabé, Cândido, Emília Canhanga e outros. Não esquecendo do famoso assassino da PIDE  de nome Martins,  mais conhecido por Sr. Samiasso com o seu adjunto Tavares tinham a missão de reprimir o povo, queimava barbaramente e fuzilava na margem do rio Ninda e Mussuma pessoas inocentes. Luta de libertação encontrava-se  fortemente instalada na Zâmbia, nomeadamente no Sikongo no Campo de Mixaxe, com bases perto da fronteira, me recordo dos aviões bombardeiro T6, da avioneta DO do Nordatlas,  mais conhecido por barriga de ginguba, e dos Hélios, quando partiam em  missões para os destacamentos dos guerrilheiros que se encontrava no rio Bombue no destacamento do Chicote, Luai, Mukola, Luiu, Lucalai, Luati, Nhengo, Catoio, Canhangue  e  outros,  por outro assistíamos os voos a levar provisão aos soldados que se encontrava no Chiúme. O acidente do hélio quando voltava duma missão, embater no eucalipto na aldeia do Mupiako, a escassos metros do Regedor Nkalavanda. Acompanhávamos a construção das estradas Lumbala-Sessa-Cangamba-Luchazes e das pistas de aviação, e as famosas Empresas de construção, JAEA e TECNIL e o  Samuwapa. A reconstrução das vias deixada no tempo colonial para Ninda e a continuação para o Chiúme já é uma realidade naquelas paragens. Havia os ditos GE-Grupos Especiais e FLECHAS que constituíam um corpo de tropas auxiliares, fundado pela PIDE, viviam ao lado do quartel e na margem do  rio Lumbala respectivamente, ajudava no âmbito da informação e como pisteiros mas depressa as suas características fizeram deles temíveis combatentes, actuando sempre com grande eficiência, eram tropas de intervenção temíveis, muito conhecedores do terreno e óptimos pisteiros. Na Vila havia a tropa Catangueses, os antigos GENDARMES do Zaire oriundos da província do Catanga que falavam francês, até a minha avó veio a casar com um homem desses no momento da independência de Angola, veio a parar na área do Camissombo  na  Lunda. A vida era boa na altura, o gosto pelo desporto nos domingos  começou a surgir no decurso de competições entre as equipa militar, GEs e grupos dos FLECHAS  que se rivalizavam entre si na modalidade de futebol, sendo de salientar  a vinda do FC do Luso do famoso craque Chico Gordo, Séninho e Pimentel, e o Diogo e o Careca da equipa militar local foram as estrelas da época na Vila do Gago Coutinho. E não deixando de salientar a modalidade de FUTSAL,  no ringue da escola, tudo isso coloria os cor do fim de semana na vila dos  Gago  Coutinho. Numa das vezes havia a demonstração das Forças especiais de pára-quedistas e noutra vez  assistimos a um festival aéreo com acrobacias  de aviões Portugueses e dos Africander, numa cerimonia que não consigo detalhar por razões de falta de fontes credíveis.
Este teus blog, tem sido um exercício mental salutar! Hoje, já consigo conversar com gentes, quase com a nitidez de outros tempos. Porque valeu apenas  partilharmos e revisitamos o passado com os amigos Portugueses que viveram aqui na antiga Vila do Gago Coutinho, actualmente Lumbala-Nguimbo. E não só partilhar este, mas também partilhar algumas fotos do então Vila, e cujas referências podem ser encontradas em anexos. Antes de terminar, quero lhe agradecer mais uma vez a todos quantos consigo têm colaborado enviando-me fotos,  postais da minha Vila onde vim a nascer.
Aquele abração
 L. J. M.
PS: este mail foi recebido na nossa caixa de correio , remetido da antiga Vila Gago Coutinho por um Amigo que no nosso tempo tinha apenas cinco anos de idade, e que hoje através das novas tecnologias  chegou até nós com estas palavras de ocasião, fazendo nos recordar vivências e momentos lá passados, contacto que iremos preservar e explorar com muito empenho.