Escrito deixado em Luanguinga pelo CMDT da Companhia de Caçadores 3370, que rendemos em Abril de 1972 - (E depois desta, outras obras se farão por outros Homens que fechando os olhos á cor da pele, construirão essas casas e viverão em comunidade segundo as leis que eles própios criaram, e o que dantes era nada, depois de ser alguma coisa tem possibilidade de ser tudo e podes estar certo soldado de que esses homens jamais esquecerão que foste tu o verdadeiro agente desta obra quando, humildemente assentaste a primeira pedra dos alicerces desta casa. O CMDT da C.CAÇ. 3370 - Rui Neves)
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Luanguinga 1972 - Bernardino Careca na entrada das Trms |
Rui Neves da Silva, foi mobilizado pelo BC10-Chaves e formou uma subunidade de infantaria, com destino ao reforço da guarnição normal da RMA; em 15Mai71 embarcou no NTT "Vera Cruz" rumo a Luanda, como capitão miliciano comandante da CCaç.3370; após desembarque seguiu para o sudoeste de Angola, aquartelando em Luanguinga no sub-sector de Gago Coutinho (onde reencontrou o capitão Melo Antunes comandante de duma Cart do Bart 3835, e conheceu o alferes miliciano Lobo Antunes, médico do mesmo batalhão ali estacionado) após intensa actividade operacional, regressou, sem baixas de nota na sua subunidade. O seu primeiro contacto com a arte literária ocorreu em 1958, quando publicou clandestinamente um opúsculo onde, criticava o establishment na instituição de ensino que então frequentava. Mais tarde escreveu sob pseudónimos diversos, para a extinta Agência Portuguesa de Revistas, dezenas de livros que ele próprio desde sempre caracterizou como literatura de sobrevivência, depois em 2007 o ingresso a séria no mundo literário com a publicação de: Nós, os que sobreviveram à guerra e à indiferença a que depois nos votaram, somos os remorsos vivos dos responsáveis pelo tempo perdido e pelos sofrimentos passados em terras que depois reconheceram, mas tarde de mais, que afinal não eram nossas em - Milicianos, Os Peões das Nicas -
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