o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

domingo, 15 de novembro de 2009

"A Leste, o Paraíso...!!!" (2)

Rio Luio 15 Novembro 1973
O conhecimento da existência de um grupo numeroso de guerrilheiros do MPLA, que se movimentavam nas zonas do Luvuei, Lutembo e Gago Coutinho, desencadeou a operação Barbado E/H, sob o comando do capitão Ovídio Rodrigues, do CIC, que se deslocou por via aérea e se juntou à 2042ª C.C. em Gago Coutinho.
Os primeiros quatro grupos a serem lançados no terreno, saíram do Luso na manhã do dia 14 de Novembro 73 em viaturas auto para Gago Coutinho onde chegaram de tarde. No dia 15 de Novembro foram lançados de acordo com o plano da operação, três grupos nas zonas previstas, tendo ficado no quartel de Gago Coutinho o grupo de alerta e as equipas de defesa imediata.
Os outros dois grupos, o 1º e o 3º, saíram do Luso na manhã do dia 15 rumo a Gago Coutinho. Na estrada de asfalto que ligava o Luso a Gago Coutinho, próximo da povoação do Luvuei, um numeroso grupo de guerrilheiros do MPLA realizou uma das mais bem sucedidas emboscadas contra as nossas tropas, não só pelo número elevado de mortos e feridos que nos infligiu, mas também pelos estragos causados sobre o material.
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Unimog da 2042º CC, atingido e danificada por fogo In na emboscada do rio Luio
A posição mais que passiva do comandante da esquadrilha de helicópteros, bem como a reacção estranha de um dos dois pilotos de T6 que levantaram do Luso, fez dos operacionais destes dois grupos combatentes heróicos. Contra um inimigo em muito maior número e detentor da surpresa, bem posicionado, com um potencial de fogo elevadíssimo e que dispôs sempre do controlo da situação, foram capazes de empreender a reacção à emboscada de modo a alterar os seus propósitos, repelindo-o ao fim de quase uma hora de combate. Quando o grupo de alerta e os operacionais pára-quedistas chegaram ao local em viaturas auto, já o inimigo tinha retirado com um morto confirmado e um elevado número de feridos. Os nossos 5 mortos e 15 feridos graves foram evacuados para Gago Coutinho e daqui para o Luso. Apesar da heróica reacção, teremos vivido o dia mais amargo de toda a história dos Comandos Portugueses. Esta emboscada, fez abortar a operação Barbado E/H, tendo os grupos que se encontravam no mato sido recuperados de imediato para Gago Coutinho. A companhia saiu nessa noite de Gago Coutinho, pernoitou na unidade militar do Luvuei e seguiu para o Luso no dia 16 de Outubro, com pesadas baixas e poucos resultados.
Considerando as baixas sofridas nesta emboscada e a falta de comandante de companhia, alguns responsáveis militares colocaram a hipótese da sua dissolução e distribuição por outras companhias. A nomeação para comandante da companhia, do tenente comando Isaías Pires, no dia 7 de Dezembro de 1973, fez cair a ideia de dissolução.
Informação e imagem em ( http://www.2042comandos.com/ )

3 comentários :

  1. Amigos combatentes veteranos, prestando serviço à época no Leste como piloto de T6, não consigo compreender o sentido da frase "A posição mais que passiva do comandante da esquadrilha de helicópteros, bem como a reacção estranha de um dos dois pilotos de T6 que levantaram do Luso...". Sinto uma crítica dura á nossa actuação, que honestamente tenho dificuldade em aceitar, já que os pedidos de ajuda não eram muitas vezes correspondidos com a prontidão necessária, devido à escassez e lentidão do material aéreo de que dispúnhamos; ter-se-á passado algo que ainda hoje ignoro? Se for possível um esclarecimento, apesar de tantos anos passados, fico muito grato.
    Melhores cumprimentos,
    Manuel Ribeiro da Silva
    Ex-2ºSarg. Mil. Pil.

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  2. Saudações ao nosso Amigo Combtatente Veterano, "Cavaleiro dos Ares". Naturalmente, não verificou, que a frase do "post" da qual não consegue compreender o sentido, tem origem noutro blog, que está devidamente identificado (Informação e imagem em http://www.2042comandos.com/ ).
    Será lá, a fonte, que melhor lhe poderá tirar as suas dúvidas. Aqui ninguém criticou ninguém. Todos cumpriram as missões que lhe foram confiadas da melhor forma que souberam e puderam...

    "Um Veterano da mesma guerra"

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  3. Camarada Manuel Ribeiro da Silva, também eu senti que havia alguma injustiça em relação ao pessoal do bivaque, sempre solidários e disponiveis para socorrer os seus camaradas de armas em dificuldades, mas limitei-me a transcrever do blog ( www.2042comandos.com ) um facto passado no nosso tempo e na nossa zona de acção no leste de Angola, com os camaradas da 42ª Comandos, e sómente o autor do artigo lhe poderá dar um esclarecimento cabal, sobre a ocorrência desse fatidico dia, passado em condições muito dificies, dado as perdas humanas e as cicatrizes para o resto das suas vida.

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