A Cidade era um oásis...!!
Depois de alguns meses na mata, chegar ao Luso, era entrar noutro mundo, a cidade era um oásis, naquela parcela de Angola. A Vila de G. Coutinho ficava a sete ou oito horas de viagem, muita estrada, 400 kms. e pouco conforto, mas com vinte anos era chegar, poisar, mudar de farda e entrar na farra dois ou três dias. Desenfiei-me uma vez com o Luís, algures numa sexta-feira á boleia no jipão com o Mendonça, quem não se lembra daquela figura típica de camuflado, bota alta, chapéu de aba larga enfeitado com uma tira em pele de leopardo, trabalhava na JAEA, (Junta Autónoma Estradas Angola) como prospector geológico e analista de solos, era aventureiro, destemido, marado e louco, dizia adorar beber champanhe gelado na cascata, passei horas a ouvir as suas aventuras e fanfarronices, não havia nada igual no leste e arredores. Chegámos ao final da tarde à Residencial Kate-kero, onde acampamos naquele curto fim de semana, um banho para desencardir o coiro, o pêlo e as entranhas daquele maldito pó vermelho das Terras do Fim do Mundo, á civil e bem cheirosos, entramos nos encantos e recantos da noite, começando pela Pastelaria Cristália para matar saudades dum nata com canela, mais adiante rumamos ao Restaurante Bar Universo para jantar, um bife com ovo a cavalo e umas cucas, depois um salto ao Cine-Luena para ver uma cowboyada, na volta um gelado na Apolo 11, em frente, uns whisky no bar do Luso-Hotel, são duas da madrugada, estamos um pouco ébrios, decidimos rumar ao Pica-Pau, o ambiente está pesado, ficamos indecisos, somos convidados a sentar numa mesa de canto, dançámos o can-can e bebemos mais uns copos na companhia duma chavala, o álcool começa a toldar o capacete, o Luís não resiste ao impulso e entra na roleta, oferece duzentos, trezentos, quinhentos, duas de quinhentos em cima da mesa, mas a chavala não embarca no jogo, uma Quarentona com muitos kms de picada, redondinha e em bom estado de conservação, que estava a galar a cena, abeira-se da mesa, senta-se, e num gesto delicado arrecada uma nota na liga e devolve a outra, pedindo sorrateiramente, posso ir ter com vocês depois de sair..!! Onde estão hospedados? No doze do Kate-Espero respondemos..! Pagámos o estrago, e marchamos rua acima aos soluços, dois em frente um ao lado, entramos na residencial, damos o recado ao “mainato” da recepção e subimos as escadas, aterramos na cama com uma cardina de caixão à cova e adormecemos.
A manhã já ia alta quando acordo, dói-me a cabeça estou com uma ressaca do diabo, entreabro a janela, e reparo com espanto num biquíni vermelho pendurado numa cadeira..!! Grito... és um gajo porreiro...! Não me acordaste porquê…! Nem quero acreditar..! O Luís acorda assarapantado, olha para mim, mira o apetrecho na cadeira, e pergunta, a gaja a gaja..? Respondo, porra isso quero eu saber.!!
Adeus até ao meu regresso
A manhã já ia alta quando acordo, dói-me a cabeça estou com uma ressaca do diabo, entreabro a janela, e reparo com espanto num biquíni vermelho pendurado numa cadeira..!! Grito... és um gajo porreiro...! Não me acordaste porquê…! Nem quero acreditar..! O Luís acorda assarapantado, olha para mim, mira o apetrecho na cadeira, e pergunta, a gaja a gaja..? Respondo, porra isso quero eu saber.!!
Adeus até ao meu regresso
So o filho do mendonca da jaea estive com voces em 1973 no lutembo
ResponderEliminarComo te chamas? Por onde andas? Vives em Angola?Dá noticias dessa terra vermelha com 50 anos de saudade. Em 1973 não eram os Panteras Negras que estavam no Lutemmbo. Nós fomos para Lumbala N´Guimbo em finais de Junho de 1972, mas trabalhamos e bebemos com o teu pai, que dizia ser "o branco mais negro ou o negro mais branco2 de Angola. Um abraço
ResponderEliminarRui s mendonca pamplona vivo nos acores estava no lotembo quando morreu o ernesto da 3370 no rio trabalhava no laboratorio
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