A companhia saiu do Luso em coluna militar com destino a Ninda, povoação situada a cerca de quinhentos quilómetros do Luso e a sul de Gago Coutinho para em conjunto com a 2041ª C.C. realizar a operação Coimbra 300 E/H.
Imagens do álbum de Manuel Parreira - Apoio aéreo montado na picada junto á ponte do rio Nengo de onde foi lançada um grupo de combate héli-transportado. Na imagem alguns camaradas da Cart3514 que participaram na protecção, segurança e logistica. Á direita um camarada Caboverdiano e á esquerda os Furriéis, Ramalhosa, Dias Monteiro, António Soares com o Alf. Araujo Rodrigues na companhia da tripulação do Puma da South African Air Force .
A 2041ª C.C. assim como a esquadrilha de helicópteros da Força Aérea Portuguesa, estavam já nas zonas de intervenção desta operação. Uma breve paragem em Gago Coutinho, para reabastecimento e de novo em marcha em direcção a Ninda, aquartelamento de infantaria a partir do qual os militares da 2041ª e da 2042ª, foram lançadas por meios héli nas zonas de guerrilha.
A partir do destacamento do Nengo, 30 quilómetros a sul de Gago Coutinho no caminho para Ninda, um grupo foi lançado de helicóptero, para uma acção de apoio a forças da 2041ª C.C. cuja missão era atacar um acampamento militar, onde estaria um grupo de guerrilheiros equipados com armas ligeiras e um canhão sem recuo de 75mm. A companhia continuou a viagem, agora por picada até Ninda, onde chegou ao princípio da noite. Ao longo da pequena pista de aviação onde se encontravam estacionados os meios aéreos de transporte e apoio, dois aviões de combate T6 e sete Allouetts III da FAP, foram montadas as tendas de campanha para abrigar os militares operacionais e da formação.
Largada de um grupo de combate na imediação dum objectivo IN
Os grupos da 2041ª e da 2042ª C.C. iniciaram as acções da operação Coimbra 300 E/H, a partir de Ninda, no dia 30 de Setembro de 1973, desenvolvendo acções junto à fronteira com a Zâmbia e a sul de Ninda. Permaneceram no acampamento, em apoio aos grupos em actividade operacional, o grupo de alerta e as duas equipas de defesa imediata. Nem os grupos da 2041ª nem os da 2042ª C.C. envolvidos nesta operação, tiveram contactos de relevo com o inimigo. No entanto e num golpe de mão bem sucedido, um dos grupos da companhia lançado sobre local de actividade inimiga, detectado pela esquadrilha de helicópteros da Força Aérea Sul Africana, no regresso de uma viagem de largada, capturou sem resistência uma série de armamento entre os quais o já referido canhão sem recuo de 75mm.
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Reabastecimento das aeronaves envolvidas no apoio aéreo e transporte das NT.O regresso ao Luso em meios auto deu-se no dia 18 de Outubro, com um ferido ligeiro e com material capturado: uma espingarda automática PPSH, quatro morteiros 82, um canhão sem recuo de 75mm, uma granada de mão, carregadores e munições.
Já no Luso, a companhia recolheu ao quartel, onde se instalou e se preparou para novas intervenções. Esta primeira operação realizada no leste de Angola concedeu-nos outro tipo de experiência. As acções de contra-guerrilha teriam aqui que ser feitas de forma um pouco diferente das que tínhamos realizado na ZMN. O terreno quase sempre plano, com poucos desníveis mesmo na proximidade de linhas de água, proporcionava andamentos mais fáceis e rápidos mesmo fora dos grandes espaços abertos conhecidos como “chanas”. Para quem tinha estado no norte, a caminhar com dificuldade nas densas matas que ora se desenvolviam em vales profundos ora em montanhas íngremes, matas tropicais cheias de arbustos fechados, de lianas que se prendiam ao equipamento, de humidade e calor, este tipo de terreno apresentava-se bem mais agradável. As formações de combate, em linha, em cunha, em L ou em U, que este tipo de terreno permitia, proporcionavam na marcha para os objectivos ou no assalto a estes, maior poder de fogo contra o inimigo. Todavia e ao contrário do norte, esta zona leste de Angola, muito fria durante a noite e madrugada e muito quente durante o dia, obrigava a um controlo apertado sobre o consumo de água.
informação - http://www.2042comandos.com/
Já no Luso, a companhia recolheu ao quartel, onde se instalou e se preparou para novas intervenções. Esta primeira operação realizada no leste de Angola concedeu-nos outro tipo de experiência. As acções de contra-guerrilha teriam aqui que ser feitas de forma um pouco diferente das que tínhamos realizado na ZMN. O terreno quase sempre plano, com poucos desníveis mesmo na proximidade de linhas de água, proporcionava andamentos mais fáceis e rápidos mesmo fora dos grandes espaços abertos conhecidos como “chanas”. Para quem tinha estado no norte, a caminhar com dificuldade nas densas matas que ora se desenvolviam em vales profundos ora em montanhas íngremes, matas tropicais cheias de arbustos fechados, de lianas que se prendiam ao equipamento, de humidade e calor, este tipo de terreno apresentava-se bem mais agradável. As formações de combate, em linha, em cunha, em L ou em U, que este tipo de terreno permitia, proporcionavam na marcha para os objectivos ou no assalto a estes, maior poder de fogo contra o inimigo. Todavia e ao contrário do norte, esta zona leste de Angola, muito fria durante a noite e madrugada e muito quente durante o dia, obrigava a um controlo apertado sobre o consumo de água.
informação - http://www.2042comandos.com/
Caros Amigos:
ResponderEliminarLer este "post", fez-me recordar os relatórios de operações que se faziam(muitos eram até dactilografados por mim e preparados pelo Cmdt/GC) durante a minha primeira Comissão na ZIN/RMA,nos já distantes anos de 65/67 do século XX.!...E essa recordação foi reforçada, tanto pela terminologia empregada, como pela descrição dos terríveis terreno e clima daquela zona da intervenção que, em todos os aspectos era e sempre foi a mais temida de todas as Zonas de Intervenção, que eram a ZIC,(Nova Lisboa), a ZIL(Luso) e a ZIS(Moçamedes ou Sá da Bandeira), tanto no aspecto climático como no operacional.Havia ainda o "enclave" de Cabinda, e desse então, se os outros eram péssimos, este, então, era horrível em todos os aspectos!E por lá também andei, durante a minha segunda "sortida" a Angola!...E já agora, a minha terceira e última, foi pelo Leste:Luanguinga, Gago Coutinho e Nengo!...Mas esta parte da minha história já é sobejamente conhecida.
Não vou alongar-me mais e termino enviando cordiais saudações a todos os elementos da CArt 35l4,da 2041ªCC e para os colaboradores deste Blogue, um abraço do Amigo,
Botelho
18/OUT/2009
Viva amigo Carvalho:Recebi o teu mail,mas só agora me foi possivél retribuir tamanha simpatia.Simpatia essa pela divulgação do artigo da minha Companhia no V/Blogue.Efectivamente são imagens de que me recordo muito bem,em alguns casos com muita saudade pois tinhamos 20 anos!Devo reafirmar que sou visita assidua da vossa página onde me imagino no terreno das "Chanas" do Leste onde nem tudo era mau;Claro que estou a referir-me aos convívios e às petiscadas e a uma amizade ineguálavel!Vosso Blogue está na minha página como apreço a homens do meu tempo que viveram situações dificeis.Um abraço a toda a equipa do Cart.3514, a ti em particular.
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