Junto da terra que me viu nascer, crescer, ir à guerra e regressar, formar família e viver actualmente, existe um lugar bem conhecido para as gentes do Norte, que se chama Cabo do Mundo.
Ironia do destino, ou não, despertei hoje na ideia de continuar a senda deste blogue, abrir o baú das minhas recordações e reviver o meu caminho até às Terras do Fim do Mundo...
Sacudo o pó da fotografia envelhecida e dou comigo em Nova Lisboa, actualmente denominada cidade do Huambo. Fica no centro de Angola, a cerca de 500Km da capital, Luanda, num planalto com cerca de 2000 metros de altitude, o que lhe confere um clima bastante mais moderado, com temperaturas amenas, sem o habitual calor africano. Aqui chegados, trocamos a fardinha domingueira pelo camuflado, sinal que daí para a frente as coisas seriam mais sérias.
Sacudo o pó da fotografia envelhecida e dou comigo em Nova Lisboa, actualmente denominada cidade do Huambo. Fica no centro de Angola, a cerca de 500Km da capital, Luanda, num planalto com cerca de 2000 metros de altitude, o que lhe confere um clima bastante mais moderado, com temperaturas amenas, sem o habitual calor africano. Aqui chegados, trocamos a fardinha domingueira pelo camuflado, sinal que daí para a frente as coisas seriam mais sérias.
O comboio, já nos esperava, esse sim, “já dentro dos carris” e o Luso, actual cidade de Luena, ainda ficava a cerca de 720 Km, sempre para Leste e em direcção à guerra.
Na estação do CFB em Nova Lisboa o saudoso António Carrilho, Dias Monteiro, Mauricio Ribeiro e António Escaleira
Para me despedir da “civilização” aproveito para dar lustro nas botas, requinte esse que, pela cara do nosso amigo, que se a memória não me atraiçoa, é o Escaleira, nosso futuro “maître-d’hôtel”, deveria estar a pensar com os seus botões: - Este “gajo” tem a mania que quer chegar à guerra “limpinho e sem moscas”!... - como dizia o saudoso Solnado.
No dia seguinte, depois de passarmos pelo “Munhango”, chegavamos ao princípio da tarde ao Luso e logo se encetaram os primeiros preparativos para darmos início à etapa final até ao nosso destino – LUANGUINGA – feita em transporte especial e em veículos descapotáveis, que no “puto” que, há dias, tinhamos deixado para trás, por mera coincidência e semelhança, era comum ser usado no transporte de gado. Mas foi assim que continuámos por muitos e muitos quilómetros, porque a nossa guerra ficava mais abaixo, segundo a placa de sinalização rodoviária que existia no LUCUSSE... era mais lá para baixo...para os lados do Fim do Mundo...
Para me despedir da “civilização” aproveito para dar lustro nas botas, requinte esse que, pela cara do nosso amigo, que se a memória não me atraiçoa, é o Escaleira, nosso futuro “maître-d’hôtel”, deveria estar a pensar com os seus botões: - Este “gajo” tem a mania que quer chegar à guerra “limpinho e sem moscas”!... - como dizia o saudoso Solnado.
No dia seguinte, depois de passarmos pelo “Munhango”, chegavamos ao princípio da tarde ao Luso e logo se encetaram os primeiros preparativos para darmos início à etapa final até ao nosso destino – LUANGUINGA – feita em transporte especial e em veículos descapotáveis, que no “puto” que, há dias, tinhamos deixado para trás, por mera coincidência e semelhança, era comum ser usado no transporte de gado. Mas foi assim que continuámos por muitos e muitos quilómetros, porque a nossa guerra ficava mais abaixo, segundo a placa de sinalização rodoviária que existia no LUCUSSE... era mais lá para baixo...para os lados do Fim do Mundo...
No Lucusse uma pausa na viagem, Manuel Parreira, Raúl de Sousa e Dias Monteiro
Com a intenção de voltar a este assunto, envio-vos um grande abraço, desejando a todos que pertencem a esta grande família “CART 3514” muita saúde.
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