o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Amália Canta em Gago Coutinho

Descobri estas fotos da Amália no blog “ab4especialistas” tiradas em Gago Coutinho a 9 de Maio de 1972, e fiquei de certo modo admirado por não me recordar de semelhante acontecimento, pois lá no sítio as novidades corriam célere, a coincidência com o drama que vivíamos pelo desaparecimento do Ernesto e a consternação originada na mesma data, foi decerto a causa de tal omissão.
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G. Coutinho 9 Maio 72 - Amália com esposas de miltares e civis na messe  de oficiais
Um dia por via das dúvidas, recorri ao meu espólio dessa época, (correio) para tentar averiguar a veracidade da ocorrência e encontrei num aerograma, a seguinte referência nesse mencionado dia: “ao fim da tarde fomos ao Luanguinga,  buscar um cabo-verdiano que foi  ao médico a G. Coutinho, por causa dum abcesso num dente, trazia a noticia que esta manhã tinha chegado no avião uma fadista que vinha cantar para a tropa, mas o gajo não soube explicar quem era”.
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G. coutinho 9 Maio 72 - Amália actuando no hangar dos hélicopteros
Tínhamos chegado a Luanguinga, havia quase um mês, quando a Amália Rodrigues cantou na então Vila Gago Coutinho, numa deslocação a Angola, com actuações em muitos e variados locais, principalmente nas sedes de Batalhão, prática recorrente, usada na época com a ida de artistas da metrópole para animar a rapaziada. Chegou de manhã ao batalhão num avião militar, almoçou na messe com os soldados e a meio da tarde, no destacamento da FAP, num palco improvisado dentro do hangar dos helicópteros, a Diva acompanhada dos seus guitarristas cantou para militares e civis, fazendo esquecer por algumas horas o longínquo “cu de judas” onde vivíamos os dramas do dia a dia.
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Lutembo 10 Maio 72 - O Parreira na ultima e derradeira homenagem ao Ernesto Gomes, num regresso prematuro que todos nós, temíamos.
A nossa companhia sofria o primeiro revés, pela morte do nosso camarada, Ernesto Gomes desaparecido na fatídica tarde de Domingo, dia 7 Maio de 72 na corrente do rio Lutembo, quando se banhava com os seus colegas e somente encontrado dois dias depois ao final da tarde dessa terça-feira dia 9, uma centena de metros a jusante, na guerra aconteciam coisas bizarras, enquanto chorávamos um camarada desaparecido, ali ao lado, na sede do Batalhão ao qual estávamos adidos, era dia de festa com fado e rancho melhorado. (Informação e imagens do Blog "ab4especialistas")
Adeus até ao meu regresso

1 comentário :

  1. Amigo Carvalho:
    A efeméride a que te referes no teu "post", espelha o que podia ocorrer durante a guerra em que estivemos envolvidos. Até, no presente caso, estávamos ligados ao Batalhão "Cavalo Branco", apenas como adidos para fins administrativos e assim
    podia suceder perfeitamente o que sucedeu: Receberem a "estrela do Fado", a Amália, que vinha proporcionar ao militares da Guarnição de Gago Coutinho um pouco de apoio moral e distracção. O falecimento de um militar de uma unidade adida não os afectava, como nos afectou a nós. A propósito disto fez-me lembrar uma ocorrência semelhante duran te a minha primeira comissão, em que ocorreu um acidente de viação em que morreram dois militares(um furriel Milº. e o Sold.Condutor da viatura) e no dia seguinte, enquanto se realizavam os funerais, haviam celebrações de aniversários nas outras Companhias e até na CCS. Ali era assim: vivos, como vivos e mortos como mortos e aceitávamos que assim fosse, pois não haviam outras alternativas. Esta é uma opinião apenas minha, mas era assim que se passavam as coisas.É tudo, por agora. Cordiais saudações para todos os elementos da CArt 3514 e familiares. Para o "Blog-master" e restantes colaboradores, um abraço da camarada e Amigo,
    Octávio Botelho

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