o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O éPe..!!

Lembram-se desta..!
João Medeiros
Estava eu num dos meus dias de não fazer nada, que foram muitos, fui assistir a uma das primeiras aulas para adultos para os que não sabiam ler ou se sabiam não tinham a escolaridade obrigatória. Os professores eram o António Soares (Furriel) e o Pinheiro (1º Cabo).
Ensinavam eles naquele dia o mais elementar, o Alfabeto, que foi soletrado pelo Soares e ficaria à conta do Pinheiro a repetição.
Ensinava o Soares da maneira mais simples eu explico: Dizia o Soares A e eles (alunos) repetiam A, B eles B ………………………………, F eles F …………… ,J eles J, L eles L, M eles M,  N eles N, O eles O, P eles P, e assim sucessivamente, quando o Soares acaba, diz então o Pinheiro. Oh Furriel isso hoje já não se diz assim, o Soares não era de muitos palavrões e tinha uma paciência de santo disse, então diz lá como é.
Eu debruçado do lado de fora do refeitório, fiquei atento a ver o que é que saía dali. Então diz o Pinheiro, repitam comigo: A eles A, B eles B, assim sucessivamente até começar as novidades, éFe eles éFe, G eles G ……………., I eles I, Jota eles Jota, Kapa eles Kapa, éLe eles éLe, éMe eles éMe, éNe eles éNe, O eles O, éPe onde devia ser P.
Neste momento percebemos que alguma coisa estava mal, sem sabermos o que era, levanta o Soares os braços como seu costume, Eh Pá pára aí repete isso outra vez, e o Pinheiro olhou para ele com o seu sorriso importante e repetiu como a provar que o Soares não percebia nada de português. O Soares como era e é, chamou por ele à parte e esteve a explicar ao Pinheiro como se devia soletrar o Alfabeto para iniciados corrigindo-lhe o erro do éPe.
Entretanto os supostos analfabetos aperceberam-se do que se tinha passado e arranjaram uma alcunha ao nosso Amigo Pinheiro que passou a ser chamado entre dentes como éPe. Tinha de ser entre dentes porque ele não era de pôr água a pintos.

1 comentário :

  1. Não conhecia essa faceta ao Soba Capúle, aliás não me recordava, dessa campanha de alfabetização na Colina do Nengo, mas depois de uma revista na minha correspondencia encontrei alusões ao assunto,lembro-me de no inicio o António Borges me ter pedido para lhe escrever carta para Cabo Verde, e rir á gargalhada quando lhe perguntei se não queria mandar beijo á mulher, e ele muito atrapalhado a responder não, não furriel isso vai fazer eu no carta antes de meter no correio, mas na volta a familia não entendeu o meu português, pois só conheciam a escrita em criolo. éPe..!!

    ResponderEliminar