o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

terça-feira, 11 de maio de 2010

Os Nossos Cozinheiros

A equipa da cozinha com o Rui Marques dos Santos, Serafim Gonçalves (atirador), Alfredo Pinheiro Paiva, António Escaleira e o António Joaquim Sequeira no destacamento do Mussuma , imagem rara, juntá-los todos na confecção de uma refeição.  

Não foi difícil a adaptação á alimentação, confeccionar para trinta homens, um pequeno almoço e duas refeições diárias, numa cozinha de campanha no meio do mato não era fácil, com meios deficientes e algumas vezes com água racionada, uma dezena de utensílios entre tachos e panelas e uma mesa de apoio, preservar a higiene dos alimentos era complicado, o pó estava sempre presente, apesar do chão ser regado várias vezes na hora da confecção, os insectos e o calor dificultavam o asseio, tudo era impeditivo no começo, mas o tempo ajuda a moldar os preconceitos e nós não fugimos á regra, tudo entrou numa rotina normal, a dispensa funcionava numa tenda de lona onde no pico do calor, atingia os trinta graus com facilidade, detiorando hortaliças e legumes, a carne e o peixe assim que chegavam eram logo arranjados e temperadas para evitar a decomposição, que era um dos maiores problemas, sempre que havia desleixo ou esquecimento.

Cozinha de campanha no destacamento do Lufuta
Os nossos cozinheiros, na hora da chegada com pouca prática, mas muita vontade, evoluíram rapidamente, aperfeiçoando o sabor das sopas, o tempero dos guisados e do frango no churrasco, ao fim de alguns meses, já nos aconchegavam o estômago com alguns petiscos de eleição, quem não se lembra daqueles belos grelhados de palanca e das omoletas ao pequeno almoço, ou as especialidade do Vicêncio Carreira, "aviador" na messe.

Saramago, Aguiar, António Sequeira e Serafim Gonçalves
O 1º Cabo António Escaleira confeccionou quase sempre na cozinha do comando, o Paiva o Santos e o Sequeira faziam a rotação nos acampamentos, mas pelo que tenho analisado (foto acima) havia muitos candidatos, com jeito para cozinhar e também para dar ao dente. Honra seja feita aos nossos camaradas cozinheiros, não me recordo de rejeitar alguma vez uma refeição, reclamei algumas vezes pela falta de qualidade dos produtos, e da repetição do "pirão com peixe" ao jantar, principalmente na época das chuvas, altura em que raramente encontrávamos uma peça de caça, tanto ao longo das picadas como das chanas.

As costeletas de Gunga no churrasco eram uma delicia

Adeus até ao meu regresso

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