o0o A Companhia de Artilharia 3514 foi formada/mobilizada no Regimento de Artilharia Ligeira Nº 3 em Évora no dia 13 de Setembro de 1971, fez o IAO na zona de Valverde/Mitra em Dezembro desse ano o0o Embarcou para Angola no dia 2 de Abril de 1972 (Domingo de Páscoa) num Boeing 707 dos Tams e regressou no dia 23 de Julho de 1974, após 842 dias na ZML de Angola, no subsector de Gago Coutinho, Província do Moxico o0o Rendemos a CCAÇ.3370 em Luanguinga em 11 de Abril de 1972 e fomos rendidos pela CCAÇ.4246 na Colina do Nengo em Junho de 1974. Estivemos adidos em 72/73 ao BCav.3862 e em 73/74 ao BArt.6320 oOo O efectivo da Companhia era formada por 1 Capitão Miliciano, 4 Alferes Mil, 2 1º Sargentos do QP, 15 Furriéis Mil, 44 1º Cabos, 106 Soldados, num total de 172 Homens, entre os quais 125 Continentais, 43 Cabo-Verdianos e 4 Açorianos» oOo

sábado, 29 de maio de 2010

Estórias d´Angola

Nas férias de 73 acompanhei o Luis, de G. Coutinho no leste de Angola até Lisboa, numa viagem que jamais esquecerei, tantas foram as peripécias ao longo do percurso, a começar no voo semi-clandestino a bordo do Nordatlas até ao Luso via Cazombo, a viagem de comboio, em primeira classe com bilhete de segunda até Nova Lisboa, depois no QG em Luanda, com a cabeleira pelos ombros, foi recambiado para o barbeiro pelo Cap. na secretaria do comando, situações já aqui narradas.
No dia da partida para Lisboa, fomos jantar á ilha, ou á restinga, de boleia no carro do Lehnan com uns Amigos de Évora, era sábado havia muito movimento no final do repasto, atrasados e em cima da hora de embarque, partimos em alta velocidade a caminho do aeroporto, no largo da Maianga entrámos em despiste, provocando um acidente com um motociclista, ficaram a contas com a policia e a nós valeu a boa vontade de um taxista, que conduziu uma dezena de metros por cima do passeio, para sair daquela embrulhada, evitando que ficasse-mos em terra naquela noite.
 Com Lisboa aos nossos pés e para acabar em beleza, uma embalagem de água-de-colónia, “surripiada” no wc, entornou debaixo do nosso banco, quando abandonávamos o avião, a hospedeira com ar de gozo, perguntou se tínhamos tomado banho com lavanda. A viagem não tinha deixado muitas saudades, julgava eu que na volta, as coisas corressem normalmente, mas estava redondamente enganado. Depois de quatro semanas no aconchego da família e amigos, chega o maldito dia, de mais um “adeus até ao meu regresso” , apanhei o comboio depois de almoço, encontrei-me ao fim da tarde com o Luis no Marquês de Pombal, para levantar-mos “o passe de regresso” na agência de viagens, e logo ali as coisas não começaram bem, chateou-me a corneta, para meter na minha mala um embrulho em papel de merceeiro que trazia debaixo do braço, era leve mas volumoso, acabei por ceder, o gajo viajava sempre á Lisboa, com aquela pequena mala de fim de semana, onde mal cabiam três mudas de roupa e eu num contraste total, com aquele malão XXL, bem á moda da província.
Fizemos o check in por volta das 23 horas em Lisboa e aterrámos em Luanda no dia seguinte ás 8 e tal da manhã, não era hábito fiscalizarem os passageiros á chegada, muito menos os militares, mas por qualquer motivo aconteceu, de entre alguma bagagem seleccionada pelo alfandegário, constava a minha para ser revistada, aproximei-me do tapete rolante, abri a mala e uma funcionária aduaneira, meteu as mãos delicadamente por baixo da roupa levantou um pouco, e deu-se o acidente, o embrulho abriu-se e começou a cair para o chão, langerie em fibra sintética, muito fina e escorregadia, de variadas cores, modelos e tamanhos, uma panóplia de roupa interior feminina, a senhora ficou muito atrapalhada e vermelha, olhando para mim, a pedir desculpa e eu no meio da gargalhada geral, dos assobios da plateia, e da confusão gerada, perplexo e envergonhado, viro-me para trás e aponto para o Luis e suplico á senhora, essa embalagem não é minha é daquele meu amigo acolá de jeans e pólo azul, o “sacana” vira a cara ao lado, assobiando, cigarro na mão, caminhando como se nada fosse com ele..!! Ajudei a senhora a refazer o embrulho, peguei na carga e saí porta fora lixado e fd com a cena, encontro o Luis “na maior” á procura dum táxi, arreganhava o beiço de orelha a orelha, mandei-lhe o embrulho para cima, e o gajo volta-se para mim naquela pose cheia de estilo, que só ele era capaz de compor e diz, mantém-te calmo e manso, senão, não ganhas nada com o negócio…!! (A roupa tinha sido comprada na botique C da feira do relógio em Lisboa na manhã da partida para Luanda)
Adeus até ao meu regresso

1 comentário :

  1. Fiquei deslumbrado não só com seu blog, como também pelas suas postages, maravilha!!!
    Conheça os meus em:
    www.congulolundo.blogspot.com
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    Um abração do tamanho do mundo.

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