O Soldado Revés
Alguns se lembrarão ainda das peripécias deste camarada, operador de transmissões do 1º Pelotão que formou companhia connosco, mas não chegou a embarcar para África, por motivos disciplinares, mas que deixou muitas estórias e alguma “saudade” pela sua irreverência e audácia.Tínhamos iniciado a semana de campo nos primeiros dias de Dezembro de 1971, ali para os lados de Valverde, na Herdade Estatal da Mitra, manhãs muito frias com geada e ar gélido. Os Soldados acamparam a três, em tendas de três panos, muito rudimentares, com pouco ou nenhum conforto e mal agasalhados. Os cabos milicianos ficavam em tendas cónicas, em grupos de oito, dormíamos no chão em colchões de espuma. As madrugadas eram muito agrestes e o Revés a tiritar de frio entrava na tenda dos graduados e onde apanhasse um buraco enrolava-se na manta e ferrava o galho, ao toque de alvorada pirava-se embrulhado no cobertor, só quase no final é que demos pelo intruso, uma noite depois do jantar, fui com o Carrilho e o Medeiros a Valverde beber uns copos com uma rapaziada do Pólo Universitário, na volta quando chegamos, verificamos que havia gente a mais e colchões a menos, depois da lengalenga, ai que eu morro de frio e por ai fora, o Medeiros comiserou-se e o Revés lá se "aconchegou" aquela e as restantes noites do IAO. Adeus até ao meu regresso
Évora 1971 - Matos, Serafim Gonçalves e ??? no IAO na Herdade da Mitra |
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