De César Correia
Destacamento do Nengo ano 1972 - Esta imagem encerra muitas outras, com outros camaradas que participaram nos trabalhos, ajudando com empenho, como esta operação, de cortar bidons para as paredes das várias edificações do "Bidonville" que veio melhorar as condições de acomodamento, segurança, higiene e bem estar de todos nós a partir dessa data. Na foto o Barros, Melo, Gaspar, César Correia e Vaz.
Homenagem aos "pioneiros" do NENGO ...! Furriel António Manuel de Melo Soares 2º Pelotão, António Manuel Nunes de Matos 3º Pelotão, David Ramos Vaz 1º Pelotão e César Pereira Correia do 2º Pelotão. Assim deixaram estes destemidos "artistas armados de colher e talocha" a companhia e a segurança nos seus grupos, para formar uma equipa de construção e obras ao "aceitarem" a mudança, para a colina do rio Nengo, com um mínimo de segurança a fim de iniciar os trabalhos de terraplanagem e construção das infraestruturas do futuro quartel "general" da Cart.3514 á beira da picada entre Gago Coutinho e Ninda, obra a que nos dedicámos com muito empenho e orgulho ao longo de alguns meses. Chegámos ao inicio da tarde, montámos a tenda cónica arrumamos os nossos haveres e começamos a delimitar e marcar a área do terreno, onde seria erguido o novo destacamento. Chegou a noite com quatro trolhas ao Deus dará, sozinhos e enrascados, mas por precaução o nosso furriel montou uma estratégia, não deveríamos pernoitar no aconchego da tenda montada para o efeito, mas sim junto ás máquinas, pois fora dela estaríamos em melhores condições de segurança..!! Bem pensado..! Só que o Matos tinha comprado uma garrafa de aguardente bagaceira Aliança, para festejar o primeiro aniversário do seu filho, que por mero acaso coincidiu com este dia. Por acordo de três dos camaradas presentes, «porque o Soares não bebia bagaço» combinámos abrir a famosa garrafa depois do jantar, para um tchim tchim em honra do garoto, e pronto, iniciámos o tradicional bota abaixo, conversa puxa bagaço, bagaço puxa conversa, ora agora botas tu, ora agora bebo eu... Os turnos de quarto de sentinela delineados pelo Soares, foram-se alongando a três sentinelas, «a três não a quatro porque o Soares não bebeu, mas também não dormiu», ficou de olho aberto, não fosse a rapaziada encostar á berma com a junta da cabeça queimada ou falta de combustível. Nós bebíamos e o bagaço falava e não se calava e o Soares madrugada dentro rogava, por Amor de Deus calem-se por favor, a chegada da aurora da manhã, dissipou os fantasmas daquela maldita noite passada em branco e que teimava em não acabar, a chegada dos nossos camaradas e dos trabalhadores da Tecnil, para iniciar a terra-planagem vieram pôr um ponto final neste suplício nocturno. Ufa, Ufa que alívio...!
Um abraço a todos
Um abraço a todos
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