Não há festa com brilho se não vestirmos a roupa domingueira, e esta rapaziada "num lugar no meio do nada, de noite á luz da candeia", não fugiu á regra, trajados a rigor para a tradicional ceia de Natal. Na imagem em cima: Ruivo, Carmo, Vilaça, Resende, Encarnação e Silveira, em baixo: Cruz, César Correia e Adriano Mendes
Na imagem os camaradas Isidro Ribeiro, Resende, Encarnação e Correia na preparação do menú para a consoada
Na imagem os camaradas Pires, Resende, Correia, Vilaça, Silveira, Rodrigues, Encarnação, Santos, Cruz e Isidro na confecção dos fritos de Natal
Foi o meu primeiro Natal passado longe de casa, agora na companhia desta nova família de adopção, o meu 2º Pelotão. Uma grande família, a que pertenço por direito próprio, que muito me honra e orgulha, chamada CART3514 desde há trinta e seis anos, que foi e será sempre, um simbolo de camaradagem e respeito, enquanto perpétuar na nossa memória as vivências desse tempo.
Estávamos na quadra natalícia, acampados no destacamento da latriteira, situado na margem direita do rio Mussuma, em plena mata, não muito longe de Gago Coutinho.
Apesar de algum desânimo e tristeza que nos invadia o âmago e nos roía a alma, nestas datas festivas, a tradição de comemorar o Natal foi mais forte, a camaradagem existente e a vontade de esquecer as mágoas, ajudaram a fazer a festa da consoada. Juntámos entre todos as nossas parcas economias e conseguimos o suficiente para comprar uns leitões num musseque da Vila a um indígena local, que depois de arranjados e temperados á maneira, pelos companheiros Isidro Ribeiro, Resende, Encarnação e Correia, foi assado num forno improvisado, construído a partir dum bidão de chapa e algum barro.
Bem assado que ele estava, a pele tostadinha e crocante, não havia crise de lenha. Os algarvios Pires e Rodrigues, mestres da especialidade, trataram da massa para fazerem as filhoses e os cuscorões, com a colaboração dos restantes, ocupados na preparação do repasto, comprámos também vinho verde tinto Lagosta, foi um Natal sem presépio, sem missa do galo, sem prendas no sapatinho, mas com espírito natalício, diferente do habitual, mas não menos vivido. Depois da ceia, os companheiros Cabo-Verdianos animaram a noite em volta da fogueira, cantando mornas, coladeras e canções natalícias, ao som dos seus cavaquinhos, eu próprio cantei umas quadras das Janeiras á moda da minha aldeia. Mas as saudades e o tinto, quebraram a postura, a ansiedade veio ao de cima, escusado será dizer, muitos de nós acabaram a festa a chorar as suas mágoas e tristezas. Gosto de recordar este episódio...! Mas não é saudade...! Apenas e só uma grande amizade.
BOM NATAL A TODOS
Fui tão feliz muitas saudades xico silva 1cart bart 6320
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